Em nota, PT alega que Lula enfrenta “perseguição judicial fora da lei”
O partido se manifestou contra a decisão que tornou o ex-presidente réu junto com outros políticos petistas no caso do “quadrilhão do PT”
atualizado
Compartilhar notícia
A Comissão da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores se manifestou nesta sexta-feira (23/11) contra a decisão da 10ª Vara Federal de Brasília, que colocou o “quadrilhão do PT” no banco dos réus. Em nota, a entidade afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros integrantes da sigla “enfrentam perseguição judicial fora da lei”.
O Partido dos Trabalhadores afirma que a ação contra Lula e os outros petistas envolvidos não se sustenta em fatos e nem em provas. “É o resultado de um delírio acusatório do ex-procurador-geral [da República] Rodrigo Janot, sem qualquer base na lei. Esta ação, que não prosperou no STF [Supremo Tribunal Federal], foi desdobrada para a primeira instância em decisão definitiva de 14 de novembro, e o juiz decidiu aceitá-la apenas pouco mais de uma semana”, diz o texto divulgado pela legenda.
Mais cedo, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara Federal de Brasília, aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o chamado “quadrilhão do PT”. O suposto esquema de organização criminosa envolve Lula, Antônio Palocci, Gleisi Hoffmann, João Vaccari Neto, Guido Mantega e Dilma Rousseff.
Para o PT, o sistema judicial brasileiro “vem atuando como verdadeira organização fora da lei no país”. “Quem vem atuando como verdadeira organização fora da lei no país, já há alguns anos, são setores partidarizados do Ministério Público e do sistema judicial, que perseguem o PT e suas lideranças com acusações sem pé nem cabeça, com o objetivo de criminalizar o partido”, diz trecho da manifestação.
De acordo com a executiva petista, a Justiça trabalha para excluir o partido da política brasileira. “Trabalham cotidianamente para excluir o PT da vida política brasileira, valendo-se de mentiras e do abuso de poder. Cometem, em conluio organizado e hierarquizado, um crime contra a democracia, contra o direito de livre organização política”, diz outra parte do texto.
Na nota, a Comissão Executiva do PT ainda cita os casos de corrupção envolvendo o MDB, partido do presidente da República, Michel Temer, para justificar as decisões contrárias a Lula.
“Os novos ataques judiciais ao PT ocorrem ao mesmo tempo em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) propõe o arquivamento de ação contra o atual ministro Moreira Franco, um dos cabeças do golpe do impeachment; o arquivamento de ações contra membros do MDB e do PSDB que estavam no Supremo, e recusa-se a apresentar denúncia contra Michel Temer; todos esses casos fartamente documentados, ao contrário do que ocorre nas ações contra o PT”, justifica a cúpula petista.