Em meio a denúncias no MEC, Bolsonaro faz live de quinta-feira
Em áudio, ministro da Educação disse repassar, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, verbas para municípios indicados por pastores
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Jair Bolsonaro (PL) realiza, na noite desta quinta-feira (24/3), sua tradicional live nas redes sociais.
Acompanhe:
A transmissão ocorre em meios às denúncias de irregularidades no Ministério da Educação. Nesta semana, o jornal Folha de S.Paulo revelou áudio em que o ministro Milton Ribeiro diz ter atendido pedidos do presidente Bolsonaro para favorecer pastores com verbas do MEC.
Na semana passada, o jornal O Estado de S.Paulo já havia revelado a existência de um “gabinete paralelo” de pastores. O suposto grupo exerceria controle sobre verbas e agenda do Ministério da Educação.
Até o momento, Bolsonaro não se manifestou sobre o caso e tem reafirmado que seu governo está “há três anos e três meses sem qualquer denúncia de corrupção”.
Gabinete paralelo
O “gabinete paralelo” do MEC seria formado por pastores sem cargo no governo. São eles: Gilmar Santos e Arilton Moura. Ambos são integrantes da Assembleia de Deus; Gilmar também preside a Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos (Conimadb).
A atuação incluiria pedidos de propina de um líder religioso a um prefeito para facilitar acesso a recursos da pasta. Para agilizar o direcionamento de fundo orçamentário proveniente do ministério, o pastor Arilton Moura teria solicitado R$ 15 mil e 1 quilo de ouro ao prefeito do município de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB).
Na ocasião, Arilton teria mencionado deliberadamente a destinação de recursos, na presença de outros prefeitos. O pastor também teria repassado o número da conta bancária para que os líderes municipais efetuassem as transferências.
O que diz o ministro
Em nota divulgada na terça-feira (22/3), o ministro da Educação disse que a distribuição de recursos federais ocorre seguindo a legislação orçamentária, bem como os critérios técnicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Ele negou favorecimento da pasta a pastores.
O chefe da Educação federal alegou ainda que “o presidente da República não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem”.