Em meio a crise hídrica, Bolsonaro descarta volta do horário de verão
Modelo foi revogado pelo presidente em abril de 2019. Bolsonaro defende que horário de verão não traz economia de energia
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) descartou, nesta terça-feira (6/7), a volta do horário de verão. A revogação do modelo foi uma das primeiras medidas de governo, tomada ainda em abril de 2019.
“O horário de verão foi comprovado que não tem ganho financeiro e a maioria é contra porque mexe no relógio biológico das pessoas, né?”, disse o presidente durante conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada. A fala foi transmitida por um canal simpatizante ao governo.
Nesta terça, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a criação de uma campanha de uso consciente da energia elétrica e das bandeiras tarifárias. O país vive a pior crise hídrica dos últimos 91 anos.
A campanha é mais uma ação do setor elétrico para ajudar a reduzir os riscos ao fornecimento de energia elétrica até o fim do período seco e início do período chuvoso, previsto para novembro.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, apoia o movimento de empresários que pedem a volta do horário de verão.
Para Hang, o horário de verão influencia positivamente a economia e setores como turismo, restaurantes e comércio, além de gerar mais empregos na indústria e melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Horário de verão
No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932, pelo então Presidente Getúlio Vargas. Sua versão de estreia durou quase seis meses, vigorando de 3 de outubro de 1931 a 31 de março de 1932.
No verão seguinte, a medida foi novamente adotada, mas, depois, começou a ser em períodos não consecutivos. Primeiro, entre 1949 e 1953, depois, de 1963 a 1968, voltando em 1985 até agora.
O período de vigência do horário de verão é variável, mas, em média, dura 120 dias. Em 2008, o horário de verão passou a ter caráter permanente.
No mundo, o horário diferenciado é adotado em 70 países — atingindo cerca de um quarto da população mundial — como Canadá, Austrália, Groelândia, México, Nova Zelândia, Chile, Paraguai e Uruguai. Rússia, China e Japão, ao contrário, não implementam a medida.