Em meio à crise dos combustíveis, Bolsonaro faz live na quinta-feira
Combustível está com alta demanda no mercado internacional e governo já admite decretar calamidade, caso situação se agrave
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou, na noite desta quinta-feira (2/6), sua tradicional live nas redes sociais.
Acompanhe:
A transmissão desta quinta ocorreu em meio à discussão de uma eventual decretação de estado de calamidade pública em razão do diesel.
Mais cedo, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, admitiu que o governo federal pode vir a decretar calamidade a “depender da situação do país”.
O estado de calamidade daria poder ao governo para criar benefícios sociais em ano eleitoral, o que é vedado em situação normal. A legislação eleitoral proíbe a “distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior”.
O país esteve sob estado de calamidade de março a dezembro de 2020 em razão da pandemia de coronavírus. A ala política ainda estuda qual será o argumento para um eventual estado de calamidade, mas a guerra entre Rússia e Ucrânia estaria entre os motivos.
Também nesta quinta, o presidente Bolsonaro disse que a crise dos combustíveis deve se agravar.
Alta demanda do diesel
O diesel está com alta demanda no mercado internacional. No Brasil, atingiu o maior valor da série histórica, iniciada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 2004.
Na semana passada, conselheiros da Petrobras se reuniram para debater as hipótes de desabastecimento do diesel. De acordo com um comunicado enviado ao governo, o mercado global de óleo diesel poderá ficar ainda mais pressionado nos próximos meses.
O Brasil é considerado estruturalmente “deficitário” em óleo diesel. No ano passado, por exemplo, quase 30% da demanda total do país veio de fora.
Historicamente, o consumo de diesel é mais alto no segundo semestre em razão das sazonalidades das atividades agrícola e industrial.
De acordo com representantes do setor ouvidos pelo Metrópoles, há risco de desabastecimento no Brasil caso não haja sinais de que o preço do mercado será mantido. A crise, inclusive, aconteceria durante o momento de maior exportação de grãos, entre junho e julho, o que poderia agravar a dimensão dos problemas que se avizinham.