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Em live, Bolsonaro ignora crises no MEC e na Caixa Econômica Federal

Presidente não comentou acusações de assédio sexual envolvendo Pedro Guimarães nem investigação que tem como alvo ex-ministro Milton Ribeiro

atualizado

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Reprodução
A live de Bolsonaro
1 de 1 A live de Bolsonaro - Foto: Reprodução

Durante os 31 minutos da sua tradicional live semanal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) silenciou sobre as recentes polêmicas reveladas dentro do seu governo.

Na transmissão, o mandatário da República criticou governadores do Nordeste por conta da redução do ICMS sobre combustíveis e falou sobre planos de um eventual segundo mandato: aumentar o número de licenças de armas de colecionador, atirador esportivo e/ou caçadores, os chamados CACs.

A live costuma durar entre 40 minutos e 1 hora, mas desta vez teve apenas 30 minutos. Nela, Bolsonaro não comentou as acusações de assédio sexual envolvendo Pedro Guimarães, que deixou o comando da Caixa após revelação do caso, nem a investigação que tem como alvo Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação.

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Antes de virar ministro, Milton Ribeiro já colecionava uma série de polêmicas. Em uma delas, postou no canal que tinha no YouTube palestra em uma Igreja Presbiteriana, em 2016. À época, afirmou apoiar o castigo físico em crianças
“Essa ideia que muitos têm de que a criança é inocente é relativa. Um bom resultado não vai ser obtido por meios justos e métodos suaves”, disse. Segundo ele, as crianças “devem sentir dor”. Um dia após tomar posse no Ministério da Educação, no entanto, retirou o vídeo da plataforma e, mais tarde, afirmou nunca ter falado sobre o assunto
Em 2018, o ex-ministro afirmou que universidades incentivavam alunos a fazerem “sexo sem limites”. “Para contribuir ainda mais, em termos negativos, para o sexo veio a questão do existencialismo. Não importa se é com homem ou mulher”, disse. “É isso que eles estão ensinando para os nossos filhos na universidade”, completou
Além disso, Ribeiro afirmou que universidades devem ser para poucos e que reitores de federais não podem ser “esquerdistas” ou “lulistas”. “Eu acho que reitor tem que cuidar da educação e ponto final, e respeitar quem pensa diferente. As universidades federais não podem se tornar comitê político de um partido A, de direita, e muito menos de esquerda”, relatou
Durante a pandemia, Milton também criticou professores que defendiam a vacinação de crianças para o retorno das aulas. “Infelizmente, alguns maus professores fomentam a vacinação deles, que foi conseguida. Agora, querem a imunização das crianças. Depois, com todo o respeito, para o cachorro, para o gato. Querem vacinação de todo jeito. O assunto é: querem manter escola fechada”, disse
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Milton Ribeiro, nascido em 1958, é advogado, pastor, professor e teólogo brasileiro. Natural de São Vicente, em São Paulo, é ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro

Isac Nóbrega/PR
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Antes de virar ministro, Milton Ribeiro já colecionava uma série de polêmicas. Em uma delas, postou no canal que tinha no YouTube palestra em uma Igreja Presbiteriana, em 2016. À época, afirmou apoiar o castigo físico em crianças

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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“Essa ideia que muitos têm de que a criança é inocente é relativa. Um bom resultado não vai ser obtido por meios justos e métodos suaves”, disse. Segundo ele, as crianças “devem sentir dor”. Um dia após tomar posse no Ministério da Educação, no entanto, retirou o vídeo da plataforma e, mais tarde, afirmou nunca ter falado sobre o assunto

Reprodução/YouTube
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Em 2018, o ex-ministro afirmou que universidades incentivavam alunos a fazerem “sexo sem limites”. “Para contribuir ainda mais, em termos negativos, para o sexo veio a questão do existencialismo. Não importa se é com homem ou mulher”, disse. “É isso que eles estão ensinando para os nossos filhos na universidade”, completou

Reprodução/Redes Sociais
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Além disso, Ribeiro afirmou que universidades devem ser para poucos e que reitores de federais não podem ser “esquerdistas” ou “lulistas”. “Eu acho que reitor tem que cuidar da educação e ponto final, e respeitar quem pensa diferente. As universidades federais não podem se tornar comitê político de um partido A, de direita, e muito menos de esquerda”, relatou

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Durante a pandemia, Milton também criticou professores que defendiam a vacinação de crianças para o retorno das aulas. “Infelizmente, alguns maus professores fomentam a vacinação deles, que foi conseguida. Agora, querem a imunização das crianças. Depois, com todo o respeito, para o cachorro, para o gato. Querem vacinação de todo jeito. O assunto é: querem manter escola fechada”, disse

Isac Nóbrega/PR
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No fim de 2020, Ribeiro alegou que a nota do Enem de 2021 não poderia ser utilizada para o Sisu, Prouni ou Fies. Segundo ele, para ter acesso aos programas, era necessário utilizar notas de exames anteriores. Após manifestações contrárias, o Ministério da Educação negou as falas do chefe

Fábio Rodrigues/Agência Brasil
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Durante uma entrevista, Milton Ribeiro relacionou a homossexualidade a “famílias desajeitadas”. “Acho que o adolescente, que muitas vezes opta por andar no caminho do 'homossexualismo' (SIC), tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe”, afirmou

Isac Nóbrega/PR
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Em 2021, quando ainda era ministro, declarou que a inclusão de alunos com deficiências na mesma turma que alunos sem deficiências “atrapalhava o aprendizado dos outros, porque a professora não tem equipe e não tem conhecimento para dar atenção especial”. Segundo ele, “existem crianças com um grau de deficiência que é impossível a convivência”

Reprodução/Tv Brasil
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No início de 2022, um áudio onde Milton Ribeiro afirma priorizar repasses da Educação a determinadas prefeituras e a pedidos do presidente Bolsonaro ganhou o noticiário. Apesar de, logo em seguida, negar a existência de irregularidades, bem como o envolvimento de Bolsonaro, Ribeiro passou a ser objeto de pedidos de investigação

Vinícius Schmidt/Metrópoles
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“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, afirma Ribeiro em conversa gravada. “A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, declarou o então ministro

Arthur Menescal/Especial Metrópoles
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Na manhã de 22 de junho, a Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-ministro da Educação durante a Operação Acesso Pago, que investiga esquema de corrupção durante a gestão dele à frente do MEC. No mandado de prisão, o juiz elencou ao menos quatro crimes que teriam sido cometidos por Ribeiro: corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência

Vinicius Schmidt/Metrópoles

Guimarães é acusado por um grupo de funcionárias da estatal de assédio sexual (leia mais abaixo). O caso foi revelado pela coluna do jornalista Rodrigo Rangel, do Metrópoles. Após a repercussão, ele escreveu uma carta negando as denúncias e pediu demissão da presidência da Caixa.

Para o lugar de Guimarães, Bolsonaro nomeou Daniella Marques para assumir o comando do banco público. Ela era secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia e considerada o “braço direito” do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Já Milton Ribeiro é alvo de operação que apura suposto esquema de liberação de verbas do Ministério da Educação, mediante propina a pastores evangélicos. Ele chegou a ser preso, mas foi solto no dia seguinte. A investigação agora corre no Supremo Tribunal Federal.

Mudança de tom

Após o caso envolvendo o ex-ministro, Bolsonaro chegou a mudar o tom e admitir que há “casos isolados” de corrupção em seu governo, mas que a prática não chega a ser “endêmica”.

“Não temos nenhuma corrupção endêmica no governo. Tem casos isolados, que pipocam, e a gente busca solução para isso”, afirmou.

A declaração marcou uma mudança no discurso do presidente, que, ao longo do governo, afirmou várias vezes que não havia corrupção na sua gestão.

Segundo o colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, a prisão de Ribeiro fez com que o núcleo que trabalha pela reeleição de Bolsonaro revisse o slogan “sem corrupção”.

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