Em live, Bolsonaro fala de Queiroz, mas ignora saída de Weintraub do MEC
Mais cedo, ao lado do presidente, ministro anunciou saída da pasta 1 ano e 2 meses após ser empossado no cargo
atualizado
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Durante transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira (18/06), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ignorou a saída do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de seu governo.
Na live, feita no Palácio da Alvorada, o presidente comentou sobre a prisão do ex-assessor de um dos filhos, Flávio Bolsonaro, e amigo da família Fabrício Queiroz, e voltou a criticar a Organização Mundial da Saúde (OMS), mas não comentou a demissão de um de seus ministros mais polêmicos – e um dos maiores apoiadores das propostas bolsonaristas.
Weintraub anunciou a saída da pasta em vídeo gravado ao lado do presidente da República. Até o momento, o governo não informou quem será o novo titular da Educação.
Na gravação, Weintraub agradeceu pelo “apoio e carinho” que vem recebendo de apoiadores de Bolsonaro e afirmou que não gostaria de falar sobre os motivos de sua saída.
Ainda no vídeo, Weintraub diz que foi convidado para uma diretoria do Banco Mundial. Com isso, ele deverá se mudar para Washington, nos Estados Unidos, e receberá US$ 250 mil ao ano, o equivalente a R$ 1,34 milhão.
Polêmicas
Weintraub coleciona polêmicas desde que foi nomeado ministro do governo Bolsonaro, em abril de 2019. Ele assumiu o cargo no lugar de Ricardo Vélez Rodríguez.
A gestão de Vélez frente ao Ministério da Educação durou pouco mais de três meses e também foi marcada por diversas controvérsias e recuos. No período em que comandou a pasta, houve ao menos 14 trocas em cargos importantes no ministério, editais publicados com incongruências, e que depois foram anulados, além de frases polêmicas de Vélez, que levaram a críticas.
A polêmica mais recente de Weintraub ocorreu no domingo, quando o agora ex-ministro compareceu a uma manifestação de apoiadores a favor do governo, na Esplanada dos Ministérios.
Weintraub não fazia o uso da máscara de proteção, como determina um decreto do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e provocou aglomeração no local. O uso do equipamento de proteção é recomendado para conter a proliferação do novo coronavírus.
Na ocasião, o ex-ministro foi questionado por apoiadores de Bolsonaro sobre o pagamento de impostos a políticos corruptos, ao que respondeu: “Já falei a minha opinião… O que eu faria com esses vagabundos”, em referência à afirmação feita por ele mesmo, durante reunião ministerial de 22 de abril, em que disse: “Eu, por mim, colocava esses vagabundos todos na cadeia. Começando pelo STF [Supremo Tribunal Federal]”.
Além disso, o ex-ministro da Educação também responde pelo crime de racismo por ter ironizado os chineses nas redes sociais.