Em live, Bolsonaro condena tentativa de ato terrorista no DF: “Nada justifica”
Após quatro anos no poder, Jair Bolsonaro deve deixar o Brasil e ir para Miami, nos Estados Unidos, onde terá um período sabático
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) condenou, nesta sexta-feira (30/12), a tentativa de ato terrorista ocorrida em Brasília no último dia 24 de dezembro. A declaração foi feita durante pronunciamento às vésperas de o atual mandatário da República deixar o comando do país.
Após dois meses sem realizar as tradicionais lives semanais, Bolsonaro fez uma transmissão nas redes para fazer um balanço de sua gestão. Desde que foi derrotado nas eleições deste ano, o titular do Planalto adotou agenda reclusa, com poucos compromissos oficiais e raras aparições públicas.
Na live, o presidente disse que a ameaça de bomba “não se justifica”, e aproveitou para criticar a imprensa por identificar o homem preso como “bolsonarista”.
Antes de deixar a Presidência, Bolsonaro faz live nas redes; acompanhe
Em 24 de dezembro, a polícia foi acionada para verificar a presença de um artefato explosivo em um caminhão que estava próximo ao aeroporto de Brasília – detonado posteriormente pela PMDF. No sábado, o bolsonarista e empresário George Washignton de Oliveira Sousa, 54 anos, foi preso por envolvimento no esquema.
“Nada justifica, aqui em Brasília, essa tentativa de ato terrorista ali na região do aeroporto. Nada justifica. O elemento que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com um cidadão. Massifica, em cima do cara, como ‘bolsonarista’ o tempo todo”, disse o presidente.
Em depoimento, George disse que veio para a capital federal “preparado para guerra” e que aguardava uma “convocação do Exército”, pois é um “defensor da liberdade”. O Metrópoles revelou que um colega do empresário afirmou em um grupo de WhatsApp sobre as intenções de George ao viajar para Brasília, em novembro.
Veja a íntegra da live do presidente:
Viagem aos EUA
O pronunciamento desta sexta ocorre próximo à viagem de Jair Bolsonaro para Miami, nos Estados Unidos. O colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, afirmou que o atual presidente viajará em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para os EUA, onde pretende tirar um período sabático após deixar o Palácio do Planalto.
A expectativa é Bolsonaro deixe o Brasil até este sábado (31/12). Ele não vai participar da cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que retorna para o seu terceiro mandato à frente da Presidência da República em 1º de janeiro de 2023.
Mais cedo, cinco dois oito servidores que devem auxiliar Bolsonaro na vida fora da Presidência (leia mais abaixo) foram autorizados a acompanhar o presidente durante viagem a Miami pelo período de um mês. De acordo com o ato, os servidores farão a segurança e darão apoio ao futuro ex-presidente, entre 1º e 30 de janeiro de 2023.
Fora do poder
Nesta semana, o presidente definiu a equipe que vai acompanhá-lo assim que ele deixar o comando do Palácio do Planalto. O Diário Oficial da União (DOU) trouxe o nome de oito auxiliares que irão assessorar Bolsonaro.
Pela primeira vez em 34 anos, o atual mandatário não terá um cargo político. Para além dos benefícios do posto que ocupou e da aposentadoria a que tem direito pela Câmara dos Deputados, ele deve assumir a função de líder da direita para as próximas eleições. O titular do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, acertou que a sigla bancará as despesas de Bolsonaro a partir de 2023, que será convidado para ser presidente de honra da legenda.
Na condição de ex-presidente da República, Bolsonaro tem direito de nomear até oito assessores, que serão remunerados com salários que podem chegar a R$ 13,6 mil e terão despesas com passagens aéreas e diárias de viagens pagas pelo governo.
Veja abaixo quem deve acompanhar Bolsonaro a partir de 2023:
Com relação de longa data com o titular do Planalto, o assessor Max Guilherme Machado de Moura seguirá ao lado de Bolsonaro após o fim do mandato presidencial. Neste ano, ele chegou a deixar o governo para disputar as eleições, mas acabou derrotado nas urnas.
Outro nome definido para acompanhar Bolsonaro a partir do próximo ano é o do advogado João Henrique de Freitas, assessor-chefe da Presidência, que conta com a confiança do mandatário. O coronel Marcelo Câmara, tido como o comandante do “serviço paralelo” de investigação que Bolsonaro matinha no Planalto também foi nomeado para seguir com Bolsonaro em 2023.
O capitão reformado do Exército Sérgio Rocha Cordeiro, que trabalhou no gabinete presidencial de Bolsonaro, também deve acompanhá-lo ao fim do mandato. Foi na casa do militar que o atual presidente passou a fazer suas tradicionais lives depois que foi proibido pela Justiça Eleitoral de usar a estrutura do Palácio da Alvorada para promover candidaturas de aliados.
As portarias ainda trazem os nomes de Ricardo Dias dos Santos, suboficial da Marinha; Estácio Leite da Silva Filho, segundo-sargento do Exército; e Osmar Crivelatti e Jossando da Silva, ambos segundo-tenentes do Exército.