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Em jantar com senadores, Levy ignora pressão e defende ajuste fiscal rápido

Segundo o ministro, se o Congresso apoiar as medidas, a economia voltará a reagir e crescer rapidamente

atualizado

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Valter Campanato/Agência Brasil
Joaquim Levy
1 de 1 Joaquim Levy - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ignorou em jantar na terça-feira (10/11), à noite, com 40 senadores rumores sobre sua eventual substituição pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e pediu apoio aos presentes para aprovar rapidamente o ajuste fiscal no Congresso, a fim de que o País possa retomar o crescimento econômico.

No encontro, realizado na casa do líder do PMDB do Senado, Eunício Oliveira (CE), Levy não quis se manifestar sobre sua saída do governo que circularam na imprensa nos últimos dias. Conforme relatos obtidos pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), o ministro chegou a ser instado pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) mais de uma vez sobre o assunto, mas ele preferiu discorrer sobre a agenda econômica no Congresso.

No início da conversa, o anfitrião anunciou que o objetivo da conversa era buscar soluções para a crise econômica atual que não atingissem o bolso do contribuinte. Eunício chegou a citar que, pelo menos o Senado, nunca faltou com o governo e destacou que, mesmo tendo origem no mundo empresarial, assumiu o difícil papel de defender como relator a reoneração das empresas.

Em suas manifestações, senadores da base e da oposição, como Blairo Maggi (PT-MT), Rose de Freitas (PMDB-ES) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), se revezaram nas queixas sobre o fato de que o governo tem tomado medidas de ajuste fiscal que sempre exigem novas iniciativas. E que o quadro econômico é complicado, com recessão e demissões.

Nas suas intervenções, Levy insistiu na necessidade de se aprovar, o quanto antes, as medidas do segundo ajuste fiscal e, em especial, a CPMF. Segundo o ministro, se o Congresso apoiar as medidas, a economia voltará a reagir e crescer rapidamente. Foi a mesma linha de ação que ele defendeu em almoço na terça-feira (10/11), com senadores do bloco União e Força (PTB-PR, PSC e PRB).

Dívidas
O ministro observou que o endividamento das famílias é pequeno e que, com o ajuste, melhoraria a expectativa para todos. E destacou que o ajuste e o aumento de impostos em si são a solução para o futuro. Também defendeu a reforma do ICMS, uma das principais medidas defendidas pelos senadores.

Levy elogiou a intenção do Senado de, caso a Câmara não aprove logo o projeto de repatriação de recursos de brasileiros no exterior não declarados ao Fisco, retomar o substitutivo ao projeto do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) que tratava do assunto. Foi uma resistência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de não apreciar o projeto de Randolfe que fez o governo enviar um projeto para ser analisado pelos deputados. Esse texto, contudo, foi desfigurado pela Câmara e, com as mudanças até o momento, deixa de ajudar no caixa do governo.

No encontro, o ministro disse, mais de uma vez, que queria ouvir sugestões dos senadores do PT, a quem chamou de “meu partido”. Contudo, os petistas presentes se calaram durante a maior parte do encontro, que começou por volta das 21 horas e só foi terminar à 1 horas desta quarta-feira (11). Ele aparentou abatimento no encontro, conforme relatos.

Para frustração dos presentes, Levy não acenou com novas medidas de estímulo econômico e não se ancorou na Agenda Brasil, pacote de iniciativas lançada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para melhorar a situação das finanças e da economia brasileira. A propósito, Renan e o ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP) estiveram presentes e não se manifestaram.

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