Em indireta a Ciro, Bolsonaro diz que PF terá mais 670 agentes em 2022
Ciro Gomes e o irmão, Cid Gomes, foram alvos de operação da PF que apura pagamento de propina em obras no estádio Castelão, em Fortaleza
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira (16/12) que, em 2022, mais 670 policiais federais estarão nas ruas para combater a corrupção. Apesar de não ter citado nomes, o chefe do Executivofederal fez a declaração sobre “aquela duplinha do Ceará”, em referência a Ciro Gomes (PDT), pré-candidato à Presidência da República, e ao irmão Cid Gomes (PDT), senador pelo Ceará. Mais cedo, na manhã desta quinta, Bolsonaro participou da formatura de mais de 670 agentes da Polícia Federal.
Ciro e o irmão foram alvos, nessa quarta-feira (15/12), de operação da PF que apura o pagamento de propina em obras no estádio Castelão, em Fortaleza (CE), entre 2010 e 2013.
“Avisar aquela dupla lá do Ceará, aquela duplinha do Ceará, que vive metendo o dedo na cara de todo mundo [e dizendo:] ‘Todo mundo é corrupto, todo mundo é ladrão’. Tá certo. Tiveram uma visita no dia de ontem, né? […] A partir do mês que vem tem mais 670 PFs na rua”, disse o presidente durante, uma transmissão nas redes sociais.
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Na live, Bolsonaro ainda negou que a operação tenha ocorrido por interferência pessoal do presidente. “Estão me acusando. Eu não tenho como interferir na PF. Não existe isso daí. A PF e suas operações. Essa operação começou em 2017, não foi comigo. E estava em andamento”, continuou.
Na investigação, a PF estima que R$ 11 milhões foram pagos diretamente em dinheiro ou disfarçados de doações eleitorais, com emissões de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas.
A operação
Batizada de Operação Colosseum, a ação apura fraudes, exigências e pagamentos de propinas a agentes políticos e servidores públicos envolvidos na licitação para obras no estádio Castelão, em Fortaleza (CE), entre 2010 e 2013.
Ao todo, 80 policiais federais cumprem 14 mandados de busca e apreensão expedidos pela 32ª Vara da Justiça Federal, em Fortaleza (CE), Meruoca (CE), Juazeiro do Norte (CE), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e São Luís (MA). As buscas têm como objetivo apreender mídias digitais, aparelhos celulares e documentos.
As investigações tiveram início em 2017, quando foram identificados indícios de esquema criminoso envolvendo pagamentos de propinas para que uma empresa fosse beneficiada no processo licitatório da Arena Castelão.
O grupo teria, ainda, posteriormente – na fase de execução contratual – recebido valores devidos pelo governo do Ceará ao longo da execução da obra de reforma, ampliação, adequação, operação e manutenção do Estádio Castelão.