Em entrevista a estrangeiros, Temer pede por “solução rápida” do TSE
Questionado, o presidente se recusou a dizer se recorreria de qualquer decisão da Justiça Eleitoral
atualizado
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Em uma reunião com repórteres estrangeiros, nesta segunda-feira (29/5), o presidente Michel Temer (PMDB) pediu por uma “solução rápida” do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que investiga o financiamento da chapa Dilma-Temer na campanha de 2014.
Analistas, no entanto, acreditam que o TSE pode se mover rapidamente para destituir o presidente Temer, em meio a pedidos por sua renúncia. Temer se recusou a dizer se recorreria de qualquer decisão da corte.
Na coletiva, Temer apostou na morna recuperação econômica do país para ajudá-lo a sobreviver a uma profunda crise política que engoliu o seu governo desde que ele foi acusado de aceitar propinas no maior escândalo de corrupção do país.
“É natural que, olhando para as notícias dos últimos dias, os investidores se perguntem o que deve acontecer com o Brasil”, disse Temer. “Mas agora nós estamos saindo da recessão”.O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que os dados dessa semana provavelmente mostrarão que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu entre 0,7% e 0,8% no primeiro trimestre ante o trimestre anterior. Os números sinalizariam o fim de maior recessão já registrada no País.
“Sua estratégia é sobreviver um dia de cada vez”, disse Christopher Garman, da consultoria de risco político Eurasia Group sobre temer. “Ele tentará vencer pequenas batalhas no Congresso para criar um ar de governabilidade”.
Pesquisas
A Eurásia estabelece uma chance de 70% de queda do presidente. No entanto, Temer permaneceu desafiador em seu encontro com jornalistas nesta segunda-feira sobre a sua habilidade em permanecer no poder até o final de 2018.
Analistas dizem que provavelmente haverá progresso nas mudanças fiscais propostas pelo governo Temer, mas preveem que elas serão atenuadas, particularmente a reforma da Previdência.
“A reforma da Previdência se tornou muito mais difícil”, disse Paulo Nepomuceno, economista da Coinvalores. “Agora, o apoio do Congresso ao governo está fragmentado”, completa.