Em encontro de Bolsonaro no STF, empresário reclama de “empresa na UTI”
Liderados por Bolsonaro e Guedes, eles compararam suas indústrias com pacientes em busca de socorro e alertaram para a “morte dos CNPJs”
atualizado
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No encontro de última hora entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, empresários apresentaram um discurso no qual comparam as suas empresas como corpos humanos em meio à pandemia.
Um representante da indústria de brinquedos alertou para o que chamou de “morte de CNPJs”, ou seja, para morte das empresas na volta da quarentena, visto que muitas, segundo eles, não terão como honrar suas folhas de pagamento e terão que demitir trabalhadores.
O tom do discurso, segundo um deles, foi dado pelo próprio ministro da Economia, Paulo Guedes. “Vou plagiar o ministro Paulo Guedes. Os sinais vitais. As empresas estão rodando a 40 dos 100 batimentos que eles deveriam rodar”, disse um dos recebidos na comitiva do presidente. Os empresários não se identificaram no vídeo.
“Vão sobrar empresas fragilizadas. Porque não estava rodando, estava rodando a 40 o coração estava ficando fraco e a gente não sabe se dá para rodar a 100 de novo. Aí tem a situação de que o mundo inteiro já está operacional”, reclamou.
“O que a gente não queria é que, por ter estado junto no combate a pandemia, o meu coração que esteve batendo a 40, eu não consigo retomar, os funcionários caem de novo na nossa folha. Aí eu tenho um inimigo lá fora que é meu adversário comercial, prontinho para suprir o mercado interno. Aí então haverá a morte de um CNPJ”, disse um empresário do setor de brinquedos.
UTI
Em seguida, outro empresário alertou sobre o ritmo de saída do isolamento para eles é urgente. “Eu lembraria um pequeno detalhe presidente Toffoli que é o sentido de urgência”, retrucou. “Eu diria que a indústria está na UTI e ela precisa sair porque senão vamos ter uma recessão gravíssima. Nós temos protocolo de segurança de saúde desenvolvidos com o Ministério da economia prontos. Os instrumentos todos par a que haja a flexibilização estão prontos”, pressionou um dos presentes.
Bolsonaro foi caminhando até o STF, seguido pelos empresários e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo ministro da Casa Civil, Valter Braga Netto, e pelo senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente.