Em encontro com “brigada paraquedista”, Bolsonaro reza e faz flexão
O presidente recebeu o grupo no Palácio do Alvorada após participar de um ato a favor do governo federal. Eles não falaram com a imprensa
atualizado
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O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), recebeu na tarde deste domingo (17/05), no Palácio do Alvorada, um grupo que se vestia com roupas supostamente pertencentes à “Brigada Paraquedista do Exército”. No encontro, Bolsonaro fez flexão e rezou com os apoiadores que se recusaram a informar se eram, realmente, membros das forças armadas.
O Palácio do Planalto foi procurado para esclarecer se os apoiadores eram ou não membros do Exército, mas não se manifestou até a última edição desta reportagem. O espaço continua aberto.
“Reconhecemos que somos um povo abençoado e temos um presidente escolhido por ti, um presidente abençoado. Proteja ele, sua família, e todos que tenham seu sangue”, disseram os apoiadores. Após a oração, entoaram juntos: “Bolsonaro somos nós”. E fizeram flexão (foto em destaque).
Mais cedo, Bolsonaro deixou o Alvorada e foi ao Palácio do Planalto participar da manifestação favorável ao governo federal. Acompanhado de ministros e de dois filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), o presidente desceu a rampa do Planalto e cumprimentou apoiadores que o aguardavam no local.
O protesto gerou aglomeração e alguns manifestantes estavam sem máscaras. Seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), não foi ao encontro. No sábado (16/05), seu suplente, o empresário Paulo Marinho, denunciou uma suposta influência de um delegado da Polícia Federal a favor da campanha de Jair Bolsonaro em 2018.
Apesar de não ter discursado aos manifestantes, o presidente fez uma transmissão ao vivo em seu perfil nas redes sociais. Ele celebrou que o protesto não atentou contra as instituições democráticas e agradeceu a presença dos apoiadores. Ainda assim, havia faixas que pregavam contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso.
Silêncio
Bolsonaro ainda não falou oficialmente nem sobre a saída do ex-ministro da Saúde Nelson Teich do cargo, nem sobre as denúncias contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), feitas pelo suplente dele, Paulo Marinho. O empresário afirmou que membros da Polícia Federal teriam avisado Flávio sobre a operação que apurava a “rachadinha” em seu gabinete de deputado estadual, no Rio de Janeiro.
Em nota, o senador negou as acusações e disse que o suplente estaria “desesperado” por não ter conquistado votos suficientes e de ter “sido tomado pela ambição” de ocupar a vaga dele no Senado Federal.
“O desespero de Paulo Marinho causa um pouco de pena. Preferiu virar as costas a quem lhe estendeu a mão. Trocou a família Bolsonaro por Dória e Witzel, parece ter sido tomado pela ambição”.
O suplente de Flávio alegou que um delegado simpatizante da candidatura do pai dele à Presidência teria contado sobre as ações futuras da PF e que a corporação teria adiado a operação Furna da Onça, que teve em Fabrício Queiroz – ex-chefe de gabinete de Flávio – um dos seus principais alvos, para ajudar a família nas eleições.