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Em Dubai, Bolsonaro diz que Brasil foi “atacado” durante a COP26

Segundo o Inpe, Amazônia Legal teve uma área de 877 km² sob alerta de desmatamento em outubro, uma alta de 5% em relação a 2020

atualizado

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Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Enviada especial aos Emirados Árabes – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse neste sábado (13/11) que o Brasil foi “atacado” durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP 26), realizada em Glasgow, desde o início do mês.

“Ali [COP] é um local onde quase todos apresentam os problemas para os outros resolverem. Você pode ver. China, Índia, EUA não assinaram nada. Nós somos os que mais contribuímos para a não emissão de gases de efeito estufa e que por vezes mais pagamos a conta, mais somos atacados”, disse o presidente ao chegar no hotel em que está hospedado em Dubai.

Na verdade, China e Estados Unidos assinaram um acordo bilateral com declaração conjunta sobre o reforço da ação climática.

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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal
Amazônia registrou aumento do desmatamento em outubro
Bolsonaro e a primeira-dama aterrisam nos Emirados Árabes
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O presidente da Conferência das Nações Unidas Mudanças Climáticas (COP26), Alok Sharma

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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal

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Amazônia registrou aumento do desmatamento em outubro

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Bolsonaro e a primeira-dama aterrisam nos Emirados Árabes

Reprodução/Facebook

Desde 2019, o governo do presidente Bolsonaro tem sido criticado pela forma como tem conduzido a questão do desmatamento na Amazônia. De acordo com números divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia Legal teve uma área de 877 km² sob alerta de desmatamento, uma alta de 5% em relação a 2020 e recorde para o mês de outubro na série histórica.

Dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, do Observatório do Clima, mostram que o Brasil tem aumentado o total de gás carbônico emitido para a atmosfera, apesar de ter firmado um acordo de redução há mais de 10 anos. 

Segundo o Observatório do Clima, a quantidade de gás carbônico emitida pelo Brasil em 2020 foi a maior desde 2016. Desde 2010, o país elevou em 23% o valor de gases de efeito estufa. 

Bolsonaro aponta que o Brasil é responsável por 2,7% das emissões de gases estufa no mundo, o que seria pouco diante do tamanha da economia e em comparação a China, EUA e Índia. Mesmo assim, acusa outras nações de fazerem pressão em cima do país. E desdenha de qualquer ameaça de boicote a produtos brasileiros.

“Tá bom, vão boicotar e comprar da onde? Da Lua? Só pode ser da Lua, né? De Marte, Saturno, porque não tem no mundo. Estamos caminhando para 8 bilhões de habitantes no mundo. Acho que em 2030 chegar nesse numero aí. Quase 600 milhões a mais de habitantes por ano. Então, é um número fantástico, enorme, e temos que dar conta disso. Agora, tudo é finito. Por mais que você preserve, tudo é finito”, considerou.

Agenda internacional

O presidente Jair Bolsonaro chegou aos Emirados Árabes acompanhado da primeira-dama brasileira, Michelle Bolsonaro, do chanceler Carlos França e do ministro da Economia, Paulo Guedes. O mandatário da República ainda completará o “giro comercial” passando por Bahrein e Catar, na próxima semana.

Integram ainda a comitiva presidencial: Bento Albuquerque (Minas e Energia), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Gilson Machado (Turismo), Braga Netto (Defesa) e Mário Frias (secretário especial de Cultura). O almirante Flávio Rocha (secretário de Assuntos Estratégicos) e os filhos do presidente Eduardo e Flávio também acompanham a viagem.

De acordo com o secretário de Negociações Bilaterais no Oriente Médio, Europa e África, do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega, a viagem aos países do Golfo Pérsico servirá para a troca de ideias. O objetivo é atingir, “no mais alto nível, um intercâmbio sobre impressões do mundo pós-pandemia”.

A agenda internacional ainda inclui reuniões para debater a alta do petróleo, que tem impacto direto nos preços dos combustíveis no Brasil, e a transição energética. Esta é a segunda viagem presidencial de Bolsonaro a países do Oriente Médio e a nações que ficam na região do Golfo Pérsico. Em 2019, ainda no primeiro ano de mandato, o presidente brasileiro visitou Riad, na Arábia Saudita; Abu Dhabi, nos Emirados Árabes; e Doha, no Catar.

Emirados

Nos Emirados, o chefe do Executivo federal terá reuniões com autoridades árabes, além de marcar participação em feiras e exposições com foco em investimentos e comércio internacional. Bolsonaro ficará em Dubai até a próxima terça-feira (16/11).

Para este sábado, o único compromisso oficial foi uma reunião bilateral com o emir de Dubai e primeiro-ministro dos Emirados Árabes, Mohammed bin Rashid Al Maktoum. O encontro ocorreu na Expo Dubai — exposição itinerária realizada desde 1851.

Na manhã de domingo (14/11), o presidente deve discursar na cerimônia de abertura da Dubai Air Show — feira de aviação civil e militar — e visitar pavilhões do evento. Durante a feira, Bolsonaro deve se reunir com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed al Nahyan, além de participar de assinaturas de atos internacionais.

À tarde, está prevista visita à planta industrial da BRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, que oferecerá recepção para o mandatário brasileiro.

Na segunda-feira (15/11), dia da Proclamação da República do Brasil, Bolsonaro deve participar da abertura do Invest In Brasil Forum, um dos eventos previstos na Expo Dubai 2020. O presidente também deverá visitar o pavilhão de exposições brasileiras, localizado no distrito da sustentabilidade do evento.

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