Em depoimento, Flávio Bolsonaro nega acusações de vazamento da PF
A oitiva durou cerca de 40 minutos e o senador afirmou não ter recebido nenhuma informação antecipada sobre operação
atualizado
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O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) negou, em depoimento prestado na tarde desta segunda-feira (20/7) ao Ministério Público Federal (MPF), que tenha recebido informações vazadas da Polícia Federal (PF), na Operação Furna da Onça.
O empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio no Senado, o acusa de ter sido avisado por um delegado próximo à família Bolsonaro de que haveria uma operação que apurava movimentações suspeitas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Segundo a advogada do senador, Luciana Pires, as declarações de Marinho são uma “invenção espetaculosa” para se autopromover.
“Ele [Flavio] negou obviamente. Nunca houve vazamento e nunca chegou nenhuma informação sobre a operação”, disse a advogada. “Infelizmente algumas pessoas utilizam a máquina pública e a imprensa para se promover.”
O empresário Paulo Marinho acusa Flavio de ter sido avisado por um delegado próximo à família Bolsonaro de que haveria uma operação que apurava movimentações suspeitas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Em depoimento, Marimho disse que teria ouvido do próprio senador, em um encontro na sua casa, em dezembro de 2018, sobre o vazamento das informações antecipadas.
O procurador da República Eduardo Benones, que colheu o depoimento do senador, afirmou que o comportamento de Flávio no depoimento “não teve alteração”. De acordo com Benones, o senador confirmou que esteve na reunião com Marinho, mas negou que tenha sido avisado sobre a operação.
“Agora a gente vai avaliar com calma as respostas pra ver o próximo passo. Chegamos no momento da investigação onde já foram ouvidas as principais testemunhas. Agora vamos focar na PF, nos integrantes que participaram da diligência. Com essa oitiva de hoje já vamos ter um quadro melhor do que já aconteceu”, explicou à imprensa, na saída do Senado.
A operação identificou as movimentações suspeitas do PM reformado Fabrício Queiroz, que era chefe de gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.
As primeiras informações mostravam uma movimentação de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz, hoje em prisão domiciliar, e centenas de depósitos em dinheiro nos dias seguintes ao pagamento dos comissionados, o que configura “rachadinha” do salário, segundo o Ministério Público.