metropoles.com

Em delação, Joesley cita pedidos de propina de Temer desde 2010

À época, o empresário teria atendido o primeiro pedido do presidente: pagamento de R$ 3 milhões para campanha

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
AYRTON VIGNOLA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
Joesley Batista JBS
1 de 1 Joesley Batista JBS - Foto: AYRTON VIGNOLA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE

O empresário Joesley Batista, do grupo JBS, detalhou a relação que mantinha com o presidente Michel Temer (PMDB) em sua delação premiada. Ele contou que se reuniu com o chefe do Executivo nacional mais de 20 vezes desde que se conheceram, em 2010. À época, Joesley teria atendido o primeiro pedido de Temer: R$ 3 milhões em propina, sendo R$ 1 milhão em doação e R$ 2 milhões à empresa Pública Comunicações, por meio de duas notas fiscais.

As informações constam do Anexo 9 do material produzido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), intitulado “Fatos diretamente corroborados por elementos especiais de prova Michel Temer”. O documento, divulgado pelo portal O Antagonista, embasou a autorização para abertura de inquérito contra o peemedebista pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No anexo, Joesley afirmou que conheceu Temer por meio do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, em abril ou maio de 2010. Em agosto e setembro daquele ano, houve o segundo pedido do peemedebista: outra propina, de R$ 240 mil, à empresa Ilha Produções.

Após a saída de Rossi do ministério, Temer teria pedido a Joesley que pagasse a ele “mensalinho” de R$ 100 mil. Segundo o empresário, os pagamentos ocorreram por cerca de um ano. Na campanha para a Prefeitura de São Paulo, em 2012, Temer teria voltado a solicitar dinheiro: R$ 3 milhões para Gabriel Chalita, à época do PMDB. Os valores foram pagos por meio de caixa 2, mediante diversas notas fiscais. Todas estão anexadas à delação.

O relacionamento entre o dono da JBS e Temer estreitou. Pouco antes de o peemedebista assumir a Presidência da República, ele procurou Joesley e pediu R$ 300 mil para pagamento de despesas de marketing político pela internet. Ainda segundo o documento, no ano passado, quando Temer assumiu a Presidência, o ex-ministro Geddel Vieira Lima teria sido escolhido o novo interlocutor entre os dois. Por meio dele, Joesley enviava pedidos ao chefe do Executivo nacional para ele intervir no BNDES, a fim de que o banco não vetasse a mudança da sede da JBS para o exterior.

Ainda por este canal, Geddel buscava atualização constante sobre a situação do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o operador financeiro Lucio Funaro — que estão presos —, sabendo que o empresário provia o sustento de ambos. Segundo a delação, Geddel temia que os dois passassem a colaborar com a força-tarefa da Lava Jato. “E o passarinho? Está calmo?”, era como o ex-ministro perguntava sobre Cunha e Funaro.

Quando Geddel caiu, Joesley precisou substituir seu interlocutor junto a Michel Temer. Então, contatou o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). O parlamentar marcou o encontro entre o empresário e o presidente em 7 de março, quando o chefe do Executivo foi gravado.

Cade
Em 16 de março, Joesley e Rocha Loures, de acordo com a delação, teriam se encontrado em Brasília. Na ocasião, o empresário disse que pediu ao deputado para interceder junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pois uma das empresas controladas pelo grupo precisava de liminar para afastar o monopólio da Petrobras do fornecimento de gás de uma termelétrica.

De acordo com a delação, Joesley contou que prometeu, caso a liminar fosse concedida, “abrir planilha”, creditando em favor de Temer 5% desse lucro. Rocha Loures, então, teria aceitado.

O empresário ofereceu ainda lançar mais créditos na planilha à medida que outros pedidos a Temer fossem bem-sucedidos em negócios, entre eles o destravamento das compensações de crédito de PIS/Cofins com débitos de INSS.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?