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Em Davos, Marina diz que, se mundo não preservar, “Amazônia será destruída”

No Fórum Econômico Mundial, Marina Silva alertou para os perigos da emissão mundial de gás carbônico (CO2)

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No segundo dia do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, nesta terça-feira (17/1), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pediu ajuda internacional para que o Brasil não perca a Amazônia. Na solenidade internacional, a ambientalista alertou para os perigos da emissão mundial de gás carbônico (CO2). Marina e Fernando Haddad, ministro da Fazenda, defenderam hoje o reposicionamento do Brasil na cena mundial. Os dois discursaram à comunidade internacional no painel “Brazil: A New Roadmap”.

O fórum reúne os principais líderes empresariais e políticos, assim como intelectuais e jornalistas selecionados para discutir as questões mais urgentes enfrentadas mundialmente, incluindo saúde e meio ambiente.

Em sua fala, Marina disse que um dos compromissos do Brasil com o mundo é reduzir a zero a emissão de gases de efeito estufa, mas que a responsabilidade de preservar o bioma “tão importante para o mundo não é só nossa”.

“Precisamos de parceria, cooperação tecnológica, mas precisamos, sobretudo, de que o mundo também faça sua parte, porque podemos reduzir o desmatamento da Amazônia a zero e, se o mundo continuar emitindo CO2, usando combutível fóssil, a Amazônia será destruída igualmente”, advertiu Marina.

“Ter uma demonstração do nosso compromisso, do nosso país, com esse bioma que é tão importante para o mundo. Particularmente, para dizer que a responsabilidade de preservá-la não é só nossa”, completou.

Marina ainda indiciou que o Brasil se comprometerá com políticas para que o desmatamento ilegal corresponda a zero, até 2030, meta firmada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas que não chegou nem perto de ser alcançada.

“Concordamos que deve haver 30% de conservação, mas o Brasil quer dar uma contribuição para a mudança climática, ajudando que se tenha avanço para além do regulação. […] O nosso compromisso interno é de, até 2030, alcançar o desmatamento zero. Queremos fazer com que o Brasil possa transitar de uma economia intensiva em carbono para uma economia de baixo carbono”, salientou.

 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas

Em 11 de janeiro, o governador do Pará, Helder Barbalho revelou que, após conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Belém seria a candidata a sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). A capital do Pará é uma das cidades que compõem a Amazônia Legal.

O evento — que reúne líderes mundiais para discutir as mudanças climáticas e o aquecimento global — é realizado anualmente. A última edição, a COP27, ocorreu no Egito, em novembro do ano passado.

Na avaliação de Marina, a realização do evento em Belém é um sinônimo de que o Brasil está empenhado em “alcançar objetivos”.

“Quando dizemos que queremos combater o desmatamento, e não só a dos povos indígenas, que vivem uma situação muito grave de exploração de garimpo ilegal, ter a COP do Clima no Brasil é para dar um sinal de que queremos alcançar os objetivos. Queremos que ela aconteça em um ambiente não de enunciados, mas dos resultados”, destacou a ministra.

Fundo Amazônia

A jornalistas, Marina afirmou que se encontrou com Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para tratar do Fundo Amazônia. “Ele [Goldfajn] está disposto a fazer parceria com aportes de equipes técnicas para acelerar os projetos”, disse a ministra. A declaração foi feita após sua participação no painel.

De acordo com Marina, o BID também tem linhas de financiamento e um fundo não retornado em mais US$ 20 bilhões para a proteção da Amazônia. O sistema de crédito não retornado é quando o “contribuinte” recebe pelo que foi pago, como é feito no INSS.

Marina acrescentou que a pasta está organizando um encontro com instituições filantrópicas para “ajudar a captar recursos para o Fundo Amazônia. Tem uma articulação interna da filantropia brasileira que se sentem motivados à darem sua contribuição”.

Ela citou instituições filantrópicas de Jeff Bezos (Bezos Earth Fund) e a do ator Leonardo Di Caprio (Earth Alliance). “A filantropia é mais veloz”, explicou. Ela destacou que governos dependem de aprovações mais longas devido aos trâmites burocráticos.

Até novembro de 2022,  foram desbloqueados quase R$ 3,6 bilhões, que tinham sido depositados antes do governo de Jair Bolsonaro e permaneceram congelados ao longo de toda a gestão. O Fundo é administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A Noruega é a maior financiadora do fundo, com quase 90% das doações.

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