Em Davos, Haddad e Marina defendem “volta” do Brasil à cena mundial
Os ministros de Lula falaram à comunidade internacional sobre democracia, sustentabilidade, reforma tributária e âncora fiscal
atualizado
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Nesta terça-feira (17/1), Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, defenderam o reposicionamento do Brasil na cena mundial. Os dois discursaram à comunidade internacional no painel “Brazil: a New Roadmap”, do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Primeira a falar, Marina Silva disse que o governo vai fazer de tudo para “estabilizar a democracia, combater as desigualdades sociais e promover infraestrutura para o desenvolvimento sustentável”. Ela também citou a preocupação com a demarcação de terras indígenas e afirmou que o compromisso do Brasil é alcançar o desmatamento zero.
“Precisamos estabilizar a democracia e voltar a crescer. É melhor anunciar menos e fazer mais, do que anunciar muito e ser frustrado. Já estamos recompondo as equipes e os orçamentos do ministério”, disse.
A ministra aproveitou para pedir o apoio da comunidade internacional para alavancar as medidas de proteção do meio ambiente. “Podemos fazer nossa parte, mas, se o mundo continuar desmatando, podemos perder a Amazônia”, concluiu.
“Brasil pode crescer acima da média mundial”
Na sequência, Haddad discursou no painel. Segundo ele, o país pode crescer “acima da média mundial” em um futuro próximo, caso algumas medidas estruturais sejam implementadas – como a aprovação da reforma tributária, por exemplo.
“O superávit primário foi corroído ao longo da última década, sobretudo a partir da crise política de 2013, que veio a resultar no impeachment de 2016. Estimamos que despesas e receitas voltem ao mesmo patamar pré-crise da pandemia”, disse.
E completou: “Se conseguirmos isso em dois anos, a gente consegue zerar o déficit. Isso vai ser mais fácil se aprovarmos a reforma tributária que tramita no Congresso Nacional, com o apoio do governo Lula”.
Veja o discurso:
Arcabouço fiscal
Mais cedo, em conversa com a imprensa, Haddad afirmou que enviará a proposta de novo arcabouço fiscal ao Congresso Nacional “no máximo, até abril”.
A nova regra para disciplinar os gastos públicos vai substituir o teto de gastos, aprovado em 2016 e em vigor desde 2017. A regra atual prevê que a maior parte das despesas do governo não pode crescer em ritmo maior que a inflação.