Em cruzada pela cloroquina, Bolsonaro mostra remédio… às emas do Alvorada
Presidente carregava caixa da substância no bolso. Medicamento não tem eficácia comprovada contra Covid-19
atualizado
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Defensor da hidroxicloroquina no combate à Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) costuma dar seguidas declarações em defesa do medicamento. Já mostrou caixas do remédio várias vezes a apoiadores, levou para reunião ministerial, brandiu em transmissões ao vivo pela internet e chegou a propagandear a droga em uma reunião do G20.
Na tarde desta quinta-feira (23/7), levou sua campanha a outro nível: mostrou a caixa do medicamento que levava no bolso a uma ema que estava no gramado do Palácio da Alvorada – onde Bolsonaro está isolado enquanto segue com Covid-19.
A situação ocorreu momentos antes de o presidente se dirigir ao espelho d’água, em frente à residência oficial, para acompanhar o arreamento da bandeira nacional e conversar com apoiadores que o aguardavam no local.
Veja o momento abaixo:
Um estudo brasileiro que acaba de ser divulgado aponta que a hidroxicloroquina não teve eficácia nem mesmo no tratamento da Covid-19 em pacientes com casos leves e moderados atendidos em hospitais.
Apesar disso, Bolsonaro é defensor da substância e vem afirmando que está tomando o medicamento desde que foi diagnosticado com a doença há 16 dias.
Durante uma transmissão ao vivo, à noite, pouco depois da cena com as emas, o presidente voltou a falar sobre o uso da cloroquina.
“Não tô recomendando para ninguém, não. Eu tomei e 12 horas depois eu já estava me sentindo muito bem. E estou muito bem, graças a Deus, até hoje. […] Acreditamos na ciência e não existe comprovação ainda científica. Não é recomendado e também não é não recomendado. Nem é nem não é. Tá em estudo ainda. Mais cedo ou mais tarde vai chegar a conclusão no tocante a isso. Enquanto não tem um remédio claro para atacar esse problema, é válido esse aqui. […] O médico tem que ter essa liberdade. Não tá na bula, mas ele vai lá e prescreve. Isso depende do médico e do paciente”, defendeu Bolsonaro.