metropoles.com

Em carta, Temer garante veto a pontos polêmicos da reforma trabalhista

O presidente reafirmou a senadores o compromisso de ajustar a matéria, que contém oito aspectos controversos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Michel Temer
1 de 1 Michel Temer - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em mais um esforço do governo para tentar garantir apoio à reforma trabalhista, senadores receberam uma carta assinada pelo presidente Michel Temer (PMDB). Nela, o peemedebista reafirma o compromisso de alterar a matéria. Se o projeto for aprovado pelos senadores, o governo promete ajuste imediato ao texto via vetos e medida provisória. Há oito pontos polêmicos que mais receberam críticas no Senado.

Temer deu carta branca para que Jucá negocie com os senadores um acordo para tentar reduzir a resistência à reforma trabalhista. Nesse acordo, o governo se compromete a adotar rapidamente as sugestões dos parlamentares.

Para isso, a moeda de troca é a aprovação do texto que veio da Câmara sem mudanças — para evitar atrasos na tramitação. “No dia da sanção, será imediatamente publicada uma medida provisória que vai ajustar”, disse Jucá.

Ao apresentar a proposta, Jucá citou que o acordo “é o compromisso do governo, respaldado por uma carta do presidente aos Senadores”. O texto do documento de três páginas, porém, não faz nenhuma menção ao compromisso do Palácio do Planalto. Jucá rejeita a percepção de que não há respaldo do governo.

“A carta de Michel Temer diz que qualquer acordo que eu fizer aqui (no Senado), ele banca. Se houver acordo e eu assinar, vale para o governo”, completou o líder do governo.

Entre os pontos desse acordo, o senador diz que o contrato de trabalho intermitente terá quarentena de 18 meses para eventual migração dentro da empresa de um trabalhador que atualmente é contratado sem prazo determinado.

Além disso, o governo promete acabar com a multa de 50% aplicada em caso de falta do trabalhador. Ainda sobre esse novo contrato, o governo diz que é preciso adotar critérios mais claros sobre a Previdência Social e mecanismos de salvaguarda para o caso de não comparecimento do trabalhador.

Sobre a jornada de 12 horas de trabalho com 36 horas de descanso, será alterado o texto e o governo promete que esse tipo de contrato só será possível por acordo coletivo. Outro item trata da comissão de representantes dos empregos.

Segundo Jucá, a comissão não substituirá os sindicatos e haverá participação sindical obrigatória na negociação coletiva. “Inclusive em questões jurídicas e administrativas”, disse o líder do governo.

Outro item do acordo é o que prevê trabalho insalubre para gestantes e lactantes. “Será restabelecida a vedação do trabalho em local insalubre”, disse Jucá. O líder do governo disse que o trabalho, nesses casos, será possível “de forma excepcional, somente mediante apresentação de atestado médico por médico do trabalho”.

Ainda sobre a insalubridade, o acordo também prevê que o enquadramento sobre o grau de insalubridade só será possível por acordo coletivo.

O governo também promete mudar trecho da reforma que estabelecia parâmetro para indenizações pagas aos trabalhadores. Pelo texto original, o chamado “dano extrapatrimonial” seria reparado conforme o salário do empregado.

Assim, caso um diretor da empresa e um faxineiro se envolvessem no mesmo acidente, a indenização dos dois seria muito diferente porque teria como base o salário de cada um. Agora, o governo promete tirar a referência ao salário para o cálculo da indenização.

Outro item prometido pelo governo é que o contrato autônomo não poderá ter nenhum tipo de cláusula de exclusividade. “Sob pena de configuração de vínculo empregatício, será vedado”, disse Jucá. Além dos pontos citados, o líder do governo diz que haverá recomendação de redução gradual da contribuição sindical. “Não há, mas é um princípio”, disse.

“Esse é o compromisso do governo e acho que atinge 90% da preocupação que os senadores relatara aqui”, disse Jucá em sessão da CCJ, que até a publicação desta reportagem não tinha aprovado o parecer da reforma trabalhista.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?