Em carta, Lula reafirma candidatura para conter pressão no PT
A desistência de Barbosa aumentou as pressões internas para que Gleisi Hoffmann desinterdite o debate sobre alternativas a Lula nas eleições
atualizado
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta pessoal nesta quarta-feira (9/5) à presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), na qual reforça a postura da parlamentar de evitar os debates sobre plano “B” ou apoio a Ciro Gomes (PDT) no partido. “Se eu aceitar a ideia de não ser candidato, estarei assumindo que cometi um crime”, diz o ex-presidente.
A mensagem foi enviada um dia depois de o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (PSB) anunciar que não será candidato à Presidência. A desistência de Barbosa aumentou as pressões internas para Gleisi desinterditar o debate interno sobre alternativas a Lula, condenado e preso pela Lava Jato. No momento, quem ousar falar sobre cenários eleitorais sem o ex-presidente no PT é taxado de traidor.
Na carta enviada a Gleisi, Lula diz que a presidente do PT tem sido “atacada” por se manter fiel à sua candidatura. Segundo o ex-presidente, seus “concorrentes” não o querem como candidato. No final da carta, Lula joga um balde de água fria nos petistas que esperavam uma iniciativa por parte do ex-presidente.
“Não cometi nenhum crime. Por isso sou candidato até que a verdade apareça e a mídia, juízes e procuradores mostrem o crime que cometi ou parem de mentir”, insiste Lula.
Leia a íntegra da carta:
Querida Gleisi,
Estou acompanhando na imprensa o debate da minha candidatura, ou plano B ou apoiar outro candidato. Sei quanto você está sendo atacada. Por isso resolvi dar uma declaração sobre o assunto. Quem quer que eu não seja candidato eu sei, inclusive, as razões políticas, pois são concorrentes. Outros acham que fui condenado em 2ª instância, então sou culpado e estou no limbo da Lei da Ficha Suja.
Os meus acusadores sabem: sou inocente. Procuradores, juiz, TRF-4, eu sou inocente. Os meus advogados sabem também. A maioria do povo sabe que eu sou inocente. Se eu aceitar a ideia de não ser candidato, estarei assumindo que cometi um crime. Não cometi nenhum crime.
Por isso sou candidato até a verdade aparecer e a mídia, juízes e procuradores mostrem o crime que cometi ou parem de mentir. O povo merece respeito. O povo deve ter seus direitos e uma vida digna. Por isso queremos uma sociedade sem privilégios para ninguém, mas com direitos para todos.
Lula