Em Brasília, Lula participa de comemoração ao Dia do Exército
O evento ocorre no Quartel-General do Exército Brasileiro, local onde há menos de 6 meses estavam instalados manifestantes bolsonaristas
atualizado
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No mesmo local onde há menos seis meses estavam instalados manifestantes bolsonaristas, pedindo aos militares um golpe de Estado, nesta quarta-feira (19/4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa da cerimônia de comemoração ao Dia do Exército, no Quartel-General, em Brasília.
O evento protocolar, que ocorre todos os anos, visa empoderar os feitos do Exército Brasileiro e exaltar seus pares. Na cerimônia, além de homenagens, há demonstrações e desfiles.
A presença do presidente traduz a vontade do governo em se aproximar dos militares, apesar da instabilidade atravessada na relação de Lula com as Forças Armadas.
O 8 de janeiro também intensificou essa relação, uma vez que o Quartel-General foi o local escolhido por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para se instalarem durante meses e, por certo tempo, houve uma certa complacência da força.
Alguns dias após posse e nomeação dos comandantes das Forças Armadas, Lula exonerou o general Júlio César de Arruda, então comandante do Exército do Brasil. Em seu lugar, assumiu o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.
A demissão ocorreu um dia após reportagem do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, revelar que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, operou uma espécie de caixa 2 com recursos em espécie que eram usados, inclusive, para pagar contas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de familiares dela.
A gota d’água para a demissão teria sido a recusa de Arruda em exonerar Mauro Cid do 1º Batalhão de Ações e Comandos, o 1º BAC, uma das unidades do Comando de Operações Especiais, com sede em Goiânia.
Ordem do dia
Na ordem do dia, uma espécie de discurso de comemoração, proferida pelo comandante Tomás Paiva, o Exército Brasileiro comemora seus 375 anos de história. Na fala, o líder dos militares diz que a existência do Exército está alicerçada em “valores e tradições” e “na defesa da democracia”.
“O Exército imortal de Caxias, instituição de Estado, apolítica, apartidária, imparcial e coesa, integrada à sociedade e em permanente estado de prontidão, completa 375 anos de história. Sua existência está alicerçada em valores e tradições, bem como comprometida com a defesa da Pátria, da independência, da República e da democracia”, diz trecho do texto.
“Tenhamos fé nos princípios democráticos, na resiliência e solidariedade do povo brasileiro e no valor profissional dos nossos militares, herdeiros dos heróis de Guararapes e fiéis guardiões de nossa soberania!”, finaliza Paiva.