Em Bagé, Bolsonaro elogia ditador Médici e louva cloroquina
Presidente relembrou o fato de a cidade ser a terra natal do terceiro militar a assumir a Presidência do Brasil durante a ditadura
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) elogiou o terceiro ditador a comandar o Brasil durante o regime militar em uma visita a uma escola em Bagé, no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (31/7). O chefe do Executivo lembrou o fato de Emílio Garrastazu Médici ter nascido na cidade e listou as qualidades que enxerga no ex-presidente.
“É daqui o Médici, o homem que pegou o Brasil nos momentos mais difíceis, onde alguns lutavam para tomar o poder a qualquer preço. Não conseguiram”, comentou.
O gaúcho foi presidente durante o período de maior repressão da ditadura militar, com tortura e morte dos opositores, censura à imprensa e cerceamento das liberdades individuais e de pensamento.
Adotou os slogans “este é um país que vai pra frente” e “Brasil: ame-o ou deixe-o“. Médici também foi um fervoroso defensor do Ato Institucional Nº 5, promulgado pelo antecessor, Costa e Silva, que deu poderes ao presidente para fechar o Congresso, cassar políticos e institucionalizar a repressão.
Saudando a cloroquina
Bolsonaro repetiu no Rio Grande do Sul uma cena que chamou a atenção de observadores no Palácio da Alvorada. Enquanto ainda estava infectado com o novo coronavírus, o presidente se dirigiu à entrada da residência oficial e ergueu uma caixa de hidroxicloroquina para algumas dezenas de simpatizantes. O episódio virou alvo de memes nas redes sociais e a cena chegou a ser comparada ao nascimento de Simba, protagonista do filme O Rei Leão.
Em Bagé, enquanto interagia com militantes que gritavam “mito” para o presidente, ele tirou a caixa do bolso e a ergueu, provocando ainda mais gritos, para, em seguida, recolocá-la no bolso da calça.