Em Angra, Bolsonaro visita Wal do Açaí, apontada como funcionária fantasma
Ex-assessora foi candidata a vereadora em Angra dos Reis, nas eleições deste ano. Presidente fez propaganda política, mas ela perdeu
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) visitou nesta sexta-feira (11/12) a loja e a casa de Walderice da Conceição, a Wal do Açaí, sua ex-assessora, apontada como funcionária fantasma.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a visita à Vila Histórica de Mambucaba, em Angra dos Reis (RJ), durou cerca de 40 minutos.
Na ocasião, Bolsonaro ainda se queixou sobre a derrota de Wal, que disputou uma cadeira na Câmara Municipal de Angra dos Reis, nas eleições de 2020.
O presidente chegou a fazer propaganda política para a então candidata, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, mas ela acabou derrotada no pleito deste ano.
“Agora a Wal resolveu vir como vereadora em Angra dos Reis [RJ]. Então é obrigação minha, pelos excelentes serviços que ela prestou na região… O deputado pode ter servidor comissionado em qualquer lugar do estado, não apenas na capital ou onde o parlamentar mora. Então você que não decidiu ainda, se possível, [vote na] Wal, Wal Bolsonaro, né? Botou Bolsonaro. Valeu, Wal!”, disse o presidente, em 5 de novembro.
Wal é alvo de uma investigação do Ministério Público depois que o jornal Folha de S.Paulo revelou que a funcionária continuava vendendo açaí numa praia de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, no horário do expediente como funcionária de Bolsonaro, à época em que era deputado. Ela estava na condição de secretária parlamentar do gabinete do parlamentar.
O jornal mostrou que Walderice trabalhava no Rio mesmo aparecendo desde 2003 como um dos 14 funcionários do gabinete de Jair Bolsonaro, com salário de pouco mais de R$ 1.300. Após a repercussão, a funcionária pediu demissão do cargo.
As regras da Câmara dos Deputados determinam que uma pessoa que ocupa o cargo de secretário parlamentar precisa trabalhar 40 horas semanais no gabinete em Brasília ou no escritório no estado do parlamentar – o que não ocorria com Wal. Esses funcionários são pagos com a verba de gabinete, ou seja, dinheiro público.