Em 7ª viagem internacional, Haddad vai ao G7 em busca de estreitar relações
Primeiro ministro da Fazenda brasileiro a participar do G7, Haddad tenta aproximição com países mais industrializados
atualizado
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Primeiro ministro da Fazenda brasileiro a participar de uma reunião do Grupo dos Sete (G7), Fernando Haddad embarca para o Japão nesta segunda-feira (8/5) com uma agenda focada em ampliar laços e criar relações políticas com os atores do grupo.
É a sétima viagem internacional do titular da Fazenda (ele já visitou Suíça, Argentina, Uruguai, Índia, China e Estados Unidos), que tenta se consolidar como um dos ministros de Economia mais ativos dos países emergentes.
O grupo é composto pelos sete países mais industrializados do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Outras nações costumam ser convidadas para participações pontuais.
Neste ano, a cúpula deve discutir temas como guerra da Ucrânia, segurança alimentar e combate às mudanças climáticas.
O Japão tem buscado uma posição de moderador no G7 e procurado quebrar a polarização. Além do Brasil, outros países que têm se posicionado como interlocutores e mediadores internacionais foram convidados, como a Indonésia e a Índia. Ao lado do Brasil, essas três economias emergentes têm buscado o diálogo em sua diplomacia.
Cronograma de agendas
Haddad embarca para o país asiático na segunda-feira (8/5). O G7 ocorrerá em Niigata, a cerca de três horas e meia, de trem, da capital Tóquio, e as principais sessões ocorrerão na sexta-feira (12/5).
Na quinta-feira (11/5), o titular da Fazenda brasileiro se encontra com a secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen. Segundo integrantes do Ministério da Fazenda, o encontro é “muito aguardado” e já tinha previsão de ocorrer. Entre os assuntos que serão tratados, está a reforma em curso no Banco Mundial.
A sexta (12/5), dia da agenda oficial do G7, começa com um café da manhã com o economista Joseph Stiglitz, palestrante de uma das sessões. Um dos temas de Haddad com Stiglitz será a questão da política industrial verde.
Reuniões com contrapartes
Na sequência, Haddad se reúne com a ministra das Finanças da Índia, Nirmala Sitharaman. O país é o atual organizador do G20, e o Brasil vai organizar o evento de 2024. Os dois devem tratar da trilha financeira do grupo, que organiza a agenda de encontros dos ministros da Fazenda.
No dia 12 também está previsto encontro bilateral com o ministro da Fazenda Japão, Shunichi Suzuk. Há previsão de mais dois encontros que ainda não receberam sinal verde.
A sessão oficial do G7 começa às 13h, com um debate sobre o futuro do Estado de bem-estar (o welfare state). O segundo encontro discutirá a situação macroeconômica dos países emergentes. Vai ser oportunidade para o ministro Haddad apresentar seu plano de voo da economia brasileira e a agenda de reformas (tanto o novo arcabouço fiscal quanto a reforma tributária) aos demais ministros.
A última sessão será sobre os desafios de financiamentos dos mais diversos setores, inclusive na infraestrutura. Esse será um debate mais especializado. Por fim, haverá um jantar de confraternização dos participantes.
No sábado (13/5), o ministro retorna para São Paulo com previsão de chegada no domingo (14/5).
Acompanham o ministro, os assessores de comunicação e internacional e a secretária de Assuntos Internacionais, Tatiana Rosito.
Lula decidiu comparecer
Na sexta-feira (5/5), o presidente Lula confirmou sua participação na cúpula do G7, que vai se reunir em Hiroshima, no Japão, entre os dias 19 e 21 de maio.
No início de abril, o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, telefonou para o presidente Lula e o convidou para participar do encontro que vai reunir os chefes de Estado do G7 e convidados, de 19 a 21 de maio, mas a participação do petista ainda era dúvida.
A última vez que o Brasil participou do G7 foi em 2009, com o próprio Lula. O país esteve nas cúpulas de 2004, 2005, 2006, 2007 e 2008. Durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), o Brasil não foi convidado para os encontros.
Um dos objetivos da viagem de Haddad é mostrar que o Brasil voltou a ser um ator geopolítico e, sobretudo, econômico na cena internacional. A ideia, segundo fontes do governo, é mostrar ao mundo que o Brasil “tem uma política econômica organizada e ambiciosa para os próximos quatro anos”.