Em 40 dias de governo, Alckmin fez reuniões com 19 entidades de empresariados
Vice-presidente da República, Geraldo Alckmin teve agenda repleta de encontros com empresariados nos primeiros 40 dias de governo
atualizado
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Em menos de dois meses de governo, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), teve agendas com parlamentares, ministros, governadores, entidades de organismos empresariais e representantes de outros países.
Levantamento do Metrópoles com base na agenda oficial mostra que, em pouco mais de 40 dias, o ex-tucano teve encontros com ao menos 19 organismos que representam o empresariado. Veja alguns dos compromissos:
3/1: Visita Institucional à Confederação Nacional da Indústria (CNI)
4/1: Eduardo Eugenio, presidente da Firjan
10/1: 1ª Reunião Extraordinária de 2023 do Conselho Deliberativo da Apex-Brasil (CDA)
11/1: Floriano Pesaro, diretor de Gestão Corporativa da Apex, e com o senhor Fábio Cabral
16/1: Reunião com o senhor Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
17/1: Miguel Ignatios
19/1: Sergio Luiz Leite, 1° vice-presidente da Executiva Nacional da Força Sindical, Mario Henrique Linck e Fauze Hamuche
20/1: Reunião com o senhor Jorge Viana, presidente da Apex-Brasil; Floriano Pesaro, diretor de Gestão Corporativa da Apex-Brasil; Ana Paula Repezza, diretora de Negócios da Apex-Brasil
27/1: Jorge Arbache, vice-presidente de Setor Privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF)
31/1: Antônio Alban, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) – Posse da nova diretoria da Associação Brasileira de Supermercados (Abras)
2/2: Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB, Paulo Tonet Camargo, vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, e Fernando Vieira de Mello, diretor de Relações Institucionais do Grupo Globo
3/2: Entidades do Biodiesel
7/2: Reunião-almoço com a Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo. João Carlos Basilio, presidente Executivo da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC). Alberto Mario Griselli, presidente Tim
10/2: Arthur Liacre, vice-Presidente de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Mosaic Fertilizantes e presidente do Conselho de Administração do Sinprifert
O vice também participou de audiências com ao menos 23 parlamentares e ex-parlamentares e com 14 ministros ou ex-ministros. O ex-governador de São Paulo também se reuniu com representantes de Chile, China, El Salvador, Azerbaijão, União Europeia e Estados Unidos.
Mesmo que Alckmin tenha assumido um cargo de interlocução mais voltado à indústria e ao empresariado, ele também tem tido papel muito relevante no diálogo com a oposição.
Filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) desde o ano passado, o vice-presidente já se reuniu com políticos de 10 partidos neste ano. O número representa quase 1/3 do total de legendas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) (32). Veja com quais siglas Alckmin se encontroy:
- Partido dos Trabalhadores (PT)
- União Brasil
- Podemos
- Partido Socialista Brasileiro (PSB)
- Partido Progressistas (PP)
- Partido Liberal (PL)
- Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
- Partido Social Democrático (PSD)
- Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)
- Republicanos
Ofensiva com militares
As agendas com militares também foram frequentes, uma vez que Alckmin assumiu a interlocução com a categoria desde a transição. Entre 2 de janeiro e 10 de fevereiro, o vice teve encontros públicos com pelo menos oito militares.
Diferentemente do ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), que enfrentou notória dificuldade de diálogo com Jair Bolsonaro (PL), Alckmin mantém encontros frequentes com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em pouco mais de um mês, eles se reuniram, em média, uma vez a cada 10 dias.
Além do ministro da Defesa, José Múcio, Alckmin se encontrou com nomes como o do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Renato Rodrigues de Aguiar Freire; o comandante do Exército Brasileiro, Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva; o comandante da Marinha do Brasil, Marcos Sampaio Olsen, e o comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno.
Perfil
Com vasta experiência política, Alckmin começou sua trajetória política como prefeito (1977-1982) e vereador de sua cidade natal (1973-1977), Pindamonhangaba, em São Paulo. Em seguida, foi deputado estadual (1983-1987) e deputado federal (1987-1995).
Governou São Paulo em quatro ocasiões. Na primeira (entre 2001 e 2002), foi alçado de vice a governador após a morte de Mário Covas. Depois, foi eleito governador para o mandato de 2003 a 2006 e, posteriormente, comandou o estado em outros dois períodos: de 2011 a 2015 e de 2015 a 2018.
Alckmin e Lula se enfrentaram no segundo turno da eleição presidencial de 2006, quando Lula foi reeleito. Ele também atuou, entre 2017 e 2019, como presidente nacional do PSDB, partido ao qual esteve filiado por 33 anos. O ex-tucano também disputou a eleição presidencial de 2018, ficando em quarto lugar, com 4,7% dos votos válidos.
Nos dois meses em que o Gabinete de Transição de Lula funcionou, Alckmin assumiu a coordenação da equipe e mostrou que deve atuar em mais flancos do que o inicialmente previsto. Ele atuou em linha com os grupos temáticos e, em diversas ocasiões, foi porta-voz de decisões e propostas do governo eleito.
Católico ferrenho, durante a campanha Alckmin também acenou a segmentos religiosos, como evangélicos e os próprios católicos. Desde criança foi criado pelos preceitos do catolicismo e, frequentemente, é relacionado à Opus Dei, uma prelazia – ou diocese – mais conservadora da Igreja Católica Apostólica Romana, da qual não faz parte.