“Eleição sem Lula é eleição sem legitimidade”, diz Dilma Rousseff
Para ex-presidente, decisão do TRF-4 de marcar julgamento do recurso de Lula em janeiro é “casuísmo”
atualizado
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A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, por meio de nota, que uma possível eleição em 2018 sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como candidato será um pleito “sem legitimidade”. A declaração foi uma resposta à decisão do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) anunciada nesta terça-feira (12/12) de marcar para 24 de janeiro o julgamento do recurso de Lula contra a condenação a 9 anos e meio de prisão determinada pelo juiz Sergio Moro no âmbito da Operação Lava Jato.
Rousseff criticou a determinação do tribunal em definir a data do julgamento da apelação, segundo ela, “em tempo recorde”. A ex-presidente afirmou que o TRF-4 examinou o recurso de Lula na metade do tempo de outros casos, citando como exemplo o processo contra o ex-senador tucano Eduardo Azeredo (MG), condenado na primeira instância a 20 anos de prisão pelo “mensalão tucano”.
Caso condenado pelo TRF-4 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro relacionados ao triplex no Guarujá, em São Paulo, Lula poderá se tornar inelegível em função da Lei da Ficha Limpa. “Interditar Lula é casuísmo. Eleição sem Lula é eleição sem legitimidade. Eleição sem que Lula tenha direito de concorrer é mais um golpe contra a democracia”, afirmou Rousseff.