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“Ele cuspia em mim”, diz ex-esposa do ex-secretário da Justiça de PE

Economista aposentada Maria Eduarda Marques de Carvalho apresentou novas denúncias contra o ex-marido, ex-secretário de Justiça de PE

atualizado

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Reprodução/TV Globo
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1 de 1 maria-eduarda - Foto: Reprodução/TV Globo

A economista aposentada Maria Eduarda Marques de Carvalho apresentou, nesse domingo (12/12), novas denúncias contra o ex-marido, ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco Pedro Eurico, com quem foi casada por 25 anos. Ela afirmou ter sido vítima de estupros recorrentes e disse que o ex-marido lhe dava cusparadas.

“Ele cuspia em mim. Estava passando por perto dele: sabe aquela coisa que a pessoa puxa e dá aquela cusparada? Ele cuspia em mim. Eu dizia: ‘O que é isso?’”, revelou em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.

Após a repercussão da primeira denúncia de violência doméstica, feita na terça-feira (7/12), Pedro Eurico pediu exoneração do cargo, que ocupava há seis anos. O ex-secretário negou as acusações e classificou as denúncias de “manipulação” para tentar destruir sua imagem de homem público. A defesa dele vai pedir que novas testemunhas sejam ouvidas.

A Polícia Civil do estado informou ter concluído o inquérito contra o ex-secretário, mas o resultado das investigações ainda não foi divulgado pela corporação. Na sexta-feira (10/12), o governador Paulo Câmara (PSB) se pronunciou e prometeu celeridade ao caso. “Somos contrários a qualquer tipo de violência, repudiamos. E tudo tem que ser devidamente apurado dentro do estado legal de direito”, frisou.

Entidades de defesa dos direitos da mulher e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediram investigação e punição rigorosa a Pedro Eurico, que também foi secretário da Criança e Juventude.

Histórico de agressões

O relacionamento de Maria Eduarda com Pedro Eurico começou quando ela tinha 29 anos e ele, 45. Segundo ela, a primeira agressão aconteceu quando os dois ainda eram namorados. As agressões eram intercaladas com momentos de paz na relação do casal. “Ele mandava muitas flores, era muito gentil”, relembrou.

A economista diz ter registrado nove boletins de ocorrência durante o casamento, que só terminou em fevereiro deste ano, quando Maria Eduarda saiu de casa e foi morar com a mãe. Ela diz que não deixou a residência antes por medo das constantes ameaças de morte.

Questionada sobre a violência que mais a chocou durante os 25 anos de relacionamento, Maria Eduarda citou os estupros recorrentes.

“O que mais me chocou? O estupro, a violência sexual, ele me forçar a ter relações na hora que ele quisesse. Várias vezes. Ele me puxava violentamente, tirava minha roupa violentamente. Eu fazia: mas eu não quero agora, eu não quero, e ele dizia que dava mais vontade ter naquela hora. Eu chorava na hora, durante o ato eu chorava. Para mim, foi o que mais amedrontou, mais me violentou”, lamentou.

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