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“Não houve negação para aquisição de vacinas”, diz Élcio à CPI

A tese de que a população ficaria imune ao vírus depois de uma contaminação em massa é criticada por cientistas

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1 de 1 Elcio Franco_CPI da Covid - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco negou, nesta quarta-feira (9/6), que a pasta tenha utilizado a chamada “imunidade de rebanho” como estratégia de imunização da população contra a Covid-19. O coronel também refutou que a gestão federal tenha recusado a aquisição de vacinas contra a doença.

“Não houve negação com relação à aquisição de vacinas”, garantiu, em resposta ao senador Otto Alencar (PSD-BA). O militar afirmou que, além disso, a pasta federal adotou e incentivou o cumprimento de protocolos de segurança contra o novo coronavírus, como o uso de máscaras.

Ele negou que o ministério tenha discutido a proposta de imunidade de rebanho. “Nunca se discutiu, na área técnica do Ministério, entre os secretários, com o ministro [Eduardo Pazuello]”, declarou Franco à CPI da Covid.

“Nós não visualizávamos isso. Tínhamos a noção da gravidade da pandemia. E, assim como a influenza, a gente imaginava que teríamos que ter campanhas anuais de vacinação”, acrescentou.

A tese de que a população ficaria imune ao vírus depois de uma contaminação em massa é criticada por cientistas, mas teria sido defendida pelo “ministério paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia da Covid-19. Essa, inclusive, é uma das linhas de investigação da comissão.

O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), considerado “padrinho” do grupo extraoficial de aconselhamento do presidente, é um dos defensores dessa tese. O parlamentar foi convidado, nesta quarta-feira, para prestar depoimento à CPI da Covid.

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Ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco na CPI da Covid
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Relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros

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Élcio Franco foi o braço direito do ex-ministro Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, entre junho de 2020 e março de 2021.

A CPI da Covid tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com o desabastecimento de oxigênio hospitalar, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.

E-mails da Pfizer

Ao falar sobre vacinas, o vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ressaltou, nesta quarta-feira (9/6), que ao menos 81 correspondências da farmacêutica Pfizer com ofertas de vacinas foram encaminhadas ao governo federal e, segundo ele, a maioria não teve resposta.

Durante a sessão, com documentos sobre a mesa, o senador contabilizou as datas e as correspondências. “Foram 81 correspondências. Ao que me parece, sr. Elcio Franco [ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde], pelo menos dos documentos que temos aqui, 90% dessas sem resposta”, disse Randolfe à CPI da Covid.

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