Eduardo Paes admite: “Estão votando em mim para tirar o Crivella”
Em entrevista ao Metrópoles, o candidato à Prefeitura do RJ disse que seu adversário tem uma “cruzada contra o Carnaval”
atualizado
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Ex-prefeito do Rio de Janeiro, o democrata Eduardo Paes disputa o segundo turno das eleições municipais com o atual mandatário da capital fluminense, Marcelo Crivella (Republicanos). Em entrevista ao Metrópoles, Paes avaliou que o embate está mais pautado pela rejeição dos cariocas à atual gestão do que pela avaliação positiva do período em que esteve no comando da prefeitura, de 2009 a 2017.
“Eu não tenho a pretensão de achar que todos os votos que terei serão pelos meus lindos olhos azuis, pela minha capacidade de ser prefeito”, declarou em entrevista à jornalista Rachel Sheherazade. “Estão votando em mim para tirar o Crivella”, afirmou (confira a partir do minuto 4’18).
Segundo Paes, o fato de os dois concorrentes já terem comandado o Rio de Janeiro permite uma comparação clara do eleitorado: “Não estou querendo dizer que quando eu fui prefeito era tudo perfeito. Claro que não. Ninguém é imbecil, nem eu. É óbvio que você tinha problemas, mas era um sistema de saúde que funcionava. Precisou vir um Crivella para as pessoas perceberem isso” (8’08).
Sobre o Carnaval, o democrata disse acreditar que o corte de investimentos para a festa promovido pelo atual prefeito pode ter base religiosa. “Crivella tem uma cruzada contra o Carnaval”, apontou (22’42).
O candidato virou assunto nas redes sociais logo após o fim do primeiro turno, quando não compareceu ao debate promovido pela CNN Brasil. Segundo Paes, nunca houve confirmação de que ele estaria na sabatina (18’40).
Paes adiantou que também não vai ao debate da Rede Record: “Perda de tempo” (19’34). “Um dia ainda vou ter um titio dono de televisão para me defender”, alfinetou (22’18). Crivella é sobrinho de Edir Macedo, dono da Record e líder da Igreja Universal.
O ex-prefeito também falou sobre a atuação das milícias no Rio de Janeiro e rebateu as declarações do adversário sobre pedofilia nas escolas e acusações de compra de votos no primeiro turno e fraude nas pesquisas de intenção de voto. Além disso, prometeu não aumentar impostos durante uma possível futura gestão.
A seguir, assista ao Metrópoles Entrevista. A seção reunirá jornalistas renomados a fim de dialogar com personagens relevantes nos contextos político, econômico e social do Brasil.