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Eduardo Cunha também ocultou patrimônio nos EUA, diz procurador-geral

No pedido enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que resultou em uma nova abertura de inquérito para investigar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Procuradoria-Geral da República destacou que o peemedebista já tinha contas no exterior desde os anos 90

atualizado

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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), só deverá protocolar na próxima segunda-feira, 19, os recursos às três liminares concedidas por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendendo o ritmo de tramitação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff preestabelecido pelo peemedebista. Cunha anunciou o rito em resposta à questão de ordem apresentada pela oposição. Segundo a assessoria de Cunha, um dos três agravos regimentais ainda estava sendo redigido na tarde desta sexta, 16.

Segundo o documento, Cunha mantinha conta junto ao banco Merril Lynch, nos Estados Unidos, há mais de 20 anos e pela avaliação de risco possuía um “perfil agressivo e com interesse em crescimento patrimonial”. Sua fortuna seria oriunda de aplicações no mercado financeiro local e de investimento no mercado imobiliário carioca. Há também referências à sua antiga função de Presidente da Telerj.

Seu patrimônio estimado, à época da abertura da conta, era de aproximadamente R$ 60,8 milhões. A PGR afirma que o valor “contradiz frontalmente” suas declarações perante a Justiça Eleitoral. Em 2014, Cunha apresentou a declaração de bens no valor de R$ 1,6 milhão, sendo que, deste total, R$ 840 mil é referente a quotas ou quinhões da empresa C3 PARTICIPAÇÕES, da qual ele é sócio com a sua esposa, Claudia Cruz.

Há também uma frota de oito veículos de luxo em nome de Claudia, da C3 Participações e de outra empresa da família, a Jesus.com. De acordo com a PGR, os carros valem juntos R$ 940,5 mil. Entre os carros listados há um Porsche Cayenne, ano 2013, no valor de R$ 429,5 mil e outro Porsche Cayenne, de 2006, avaliado em R$ 122,7 mil.

PSOL pede afastamento

O PSOL divulgou nota na tarde desta sexta-feira, 16, em que diz que a situação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou ao limite e defende sua saída imediata do cargo. No texto, assinado pelo líder Chico Alencar (RJ), o partido diz considerar que “não há mais sequer o benefício da dúvida brandido por alguns” em favor do peemedebista.

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou ontem abertura de novo inquérito contra Cunha e a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu hoje novo bloqueio de duas contas bancárias mantidas na Suíça atribuídas ao presidente da Câmara. Cunha é acusado de ocultar conta também nos Estados Unidos.

“Aos que esperavam ‘provas cabais’, como a assinatura do parlamentar em operações bancárias no exterior, e outros documentos probatórios de seu envolvimento direto com transações ilícitas, ei-los: inquestionáveis, contundentes, definitivos!”, diz a nota.

Com o apoio de 34 deputados petistas, PSOL e Rede Sustentabilidade entraram nesta semana com uma representação por quebra de decoro parlamentar contra Cunha no Conselho de Ética.

Alencar informa na mensagem que vai pedir que os novos documentos sejam anexados à representação. “Não se trata de aditamento de novos elementos, mas de peça que reforça o que ali já está denunciado”, explica o líder.

Deputados do PSOL e da Rede foram os únicos a cobrar em plenário a saída de Cunha. Tanto partidos de oposição quanto de governo evitaram se pronunciar abertamente sobre um possível afastamento do peemedebista. Enquanto governistas querem evitar o início do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, os oposicionistas esperam que Cunha defira os requerimentos protocolados pedindo o afastamento da petista.

Líderes da oposição destacaram que emitiram nota no último final de semana pedindo a saída de Cunha, mas evitaram pressioná-lo publicamente.

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