Eduardo Bolsonaro usa rampa presidencial para cumprimentar apoiadores
Presidente da República não estava no Palácio do Planalto no momento: ele realiza um passeio de helicóptero pela capital federal nesta manhã
atualizado
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Em uma ação inusual, o filho 03 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou, nesta segunda-feira (6/9), a rampa do Palácio do Planalto para cumprimentar apoiadores que se reúnem na Praça dos Três Poderes. O grupo vai se manifestar na Esplanada dos Ministérios na terça-feira, 7 de setembro, em apoio ao governo federal.
No momento em que Eduardo usou a rampa presidencial, o chefe do Executivo federal não estava no palácio. Fora da agenda oficial, Jair Bolsonaro sobrevoa a Esplanada dos Ministérios e outras regiões de Brasília.
Caravanas de vários estados ainda estão chegando a Brasília para participar dos atos no Dia da Independência. Eles estão se reunindo no Parque Leão, próximo ao Recanto das Emas.
Veja o vídeo:
Os bolsonaristas reunidos em frente ao Planalto chamavam pelo presidente da República e gritavam palavras de ordem como “Supremo é o povo”. Também exibiam cartazes de teor golpista. Um deles dizia: “Presidente Bolsonaro, acione o Exército para destituir o STF e o Congresso”.
A rampa presidencial fica localizada na fachada principal do Palácio do Planalto e dá acesso ao salão nobre, local onde se realizam grandes eventos e também em ocasiões especiais como a visita de autoridades estrangeiras. É incomum seu uso por autoridades e políticos desacompanhadas do presidente da República.
“Ruptura”
Antes das manifestações previstas para terça-feira, o presidente vem subindo o tom contra adversários. No sábado (4/9), Bolsonaro sugeriu que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sejam “enquadrados” e voltou a citar ruptura dos Poderes como alternativa.
“O nosso Supremo Tribunal Federal não pode ser diferente do Poder Executivo ou do Poder Legislativo. Se lá tem alguém que ousa continuar agindo fora das quatro linhas da Constituição, tem que chamar essa pessoa e enquadrá-lo. E detalhe: ele fez o juramento de respeitar a Constituição”, declarou o presidente.
“Se assim não ocorrer com um dos três Poderes, a tendência é acontecer a ruptura. Ruptura essa que não quero e nem desejo, tenha certeza que nem o povo quer, mas responsabilidade cabe a cada Poder. Eu apelo a esse outro Poder [o Judiciário], peço que reveja a ação dessa pessoa que está prejudicando o destino do Brasil. Poderíamos estar aqui por outro motivo, mas estamos empenhados em lutar por nossa dignidade e por nossa liberdade”, acrescentou.
Nesta segunda, ex-presidentes, parlamentares, autoridades e acadêmicos de 27 países, incluindo o Brasil, assinam carta que coloca em alerta as manifestações pró-Bolsonaro marcadas para amanhã. Os 165 signatários apontam para possível insurreição que “colocará em perigo a democracia no Brasil”. O documento também fala em aumento “dos temores de um golpe de Estado na terceira maior democracia do mundo”.
Neste 7 de Setembro, o chefe do Executivo deve participar das manifestações na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e na Avenida Paulista, em São Paulo.
Nos últimos dias, ascendeu o debate sobre a legalidade da participação de servidores das forças de segurança em atos políticos. Governadores de oito estados já prometeram punir policiais militares que aderirem às manifestações.