Eduardo Bolsonaro diz que fará oposição sem apelar para “tchutchuca”

Em audiência na Câmara dos Deputados que ouviu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (17/5), o filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), disse que faz uma “oposição responsável”.

Antes de iniciar uma sequência de perguntas, Eduardo afirmou que não repetiria comportamento de quem era oposição no governo do pai e usava adjetivos como “tchutchuca do Centrão”.

“Essa oposição realmente pensa em fazer uma oposição responsável, pensando no país. De maneira nenhuma vou aqui fazer adjetivos negativos com a pessoa do ministro Haddad, como por exemplo tchutchuca do Centrão, e coisas do tipo que ouvi num passado recente quando ministros do governo Bolsonaro vinham à esta Casa”, falou Eduardo.

Em 2019, o então ministro da Economia, Paulo Guedes, foi chamado de “tchutchuca” pelo deputado Zeca Dirceu (PT-PR), hoje líder do PT na Câmara. Zeca Dirceu acusou o então ministro de ser “tigrão” com os aposentados, idosos de baixa renda e agricultores, mas “tchutchuca” com privilegiados.

O ataque do petista, filho do ex-ministro José Dirceu, condenado na Lava Jato, levou à explosão final de Guedes, que reagiu com destempero fora do microfone. “Eu não vim aqui para ser desrespeitado, não. (…) tchutchuca é a mãe, é a avó, respeita as pessoas. (…) Isso é ofensa. Eu respeito quem me respeita. Se você não me respeita, não merece meu respeito”, afirmou.

O episódio ocorreu durante uma tumultuada audiência sobre a reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que precisou ser interrompida após a troca de acusações.

Elogio ao número dois de Haddad

Eduardo ainda elogiou o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, o número dois de Haddad e indicado à Diretoria de Política Monetária do Banco Central.

“Vou nem elogiar muito se não o pessoal vai começar a perseguir você, vão pedir a tua cabeça”, brincou o filho de Bolsonaro.

Ao final da audiência, Eduardo Bolsonaro foi até a mesa para cumprimentar com aperto de mão Galípolo e Haddad.

Audiência na Câmara

Haddad participou, por quatro horas e meia, de audiência conjunta das comissões de Desenvolvimento Econômico; de Finanças e Tributação; e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. Ele foi convidado para comparecer para tratar da política econômica do governo Lula.

Houve apenas um momento de confusão na sessão, quando Haddad, ao responder um comentário do deputado Evair de Melo (PP-ES), aliado de Bolsonaro, disse que o ex-presidente “talvez seja a pessoa mais limitada” que ele já viu na vida.

A ida do ministro foi sugerida pelos deputados Evair Vieira de Melo (PP-ES), Paulo Guedes (PT-MG), Rodrigo Valadares (União-SE), Kim Kataguiri (União-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG).