Eduardo Bolsonaro confirma Gilson Machado como novo ministro do Turismo
Presidente Bolsonaro demitiu Marcelo Álvaro Antônio, que entrou em confronto com o ministro Luiz Ramos
atualizado
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) confirmou nesta quarta-feira (9/12) que o atual presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Gilson Machado, será o novo ministro do Turismo. O Metrópoles já havia antecipado a troca ministerial.
Nas redes sociais, o parlamentar desejou boa sorte a Gilson, que já “vinha fazendo um bom trabalho” durante sua gestão na Embratur. Veja:
Desejo boa sorte a Gilson Machado @gilsonmachadont , que vinha fazendo bom trabalho como Presidente da Embratur e agora se torna novo Ministro do Turismo. Que Deus o ilumine nessa nova jornada👍 pic.twitter.com/yHaQTaMyiw
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) December 9, 2020
Até a última atualização desta reportagem, nem o Palácio do Planalto nem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) haviam se pronunciado oficialmente sobre o assunto.
Gilson Machado assume o posto no lugar de Marcelo Álvaro Antônio, que foi demitido após enviar uma mensagem em um grupo de WhatsApp que reúne ministros do governo de Jair Bolsonaro.
Na mensagem, Álvaro Antônio acusava o colega chefe da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, de ataques “sem parar” a conservadores, “de forma covarde”. Estava inconformado com o que identificava como movimentos do general da reserva para tirá-lo do cargo na reforma ministerial que vem sendo gestada na Planalto para o próximo ano. Leia a íntegra da menagem aqui.
Perfil
Gilson é membro do trade turístico da Rota dos Milagres (AL) e do Convention Bureaux de Maragogi (AL). Ele coordenou a equipe de transição do atual governo, nas pastas do Turismo e do Meio Ambiente.
Antes de assumir o cargo de presidente da Embratur, atuava como secretário nacional de Ecoturismo e Cidadania Ambiental, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), onde também exerceu o cargo de secretário de Florestas.
No instituto, Machado era responsável pela execução da Política Nacional de Turismo, no que diz respeito à promoção, marketing e apoio à comercialização dos destinos, serviços e produtos turísticos brasileiros no mercado internacional.
“Orifício rugoso”
Em 24 de junho deste ano, Machado se envolveu em uma polêmica registrada em vídeo. Ao lado da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e de um advogado de Recife filiado ao PSC, Osvaldo Neto, ele participava de um debate em vídeo sobre temas muito caros ao pensamento conservador: aborto, pedofilia, prostituição e assuntos comportamentais em geral.
Tudo seguia um script conhecido, com muitas críticas à esquerda e a teses mais liberais nos costumes, quando Machado começou a reclamar do que chamou de “castração espiritual” que estaria sendo feita “pela grande mídia”. Nesse momento, o pernambucano Machado decidiu atacar a peça “O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu”, protagonizada pela atriz e mulher trans Renata Carvalho, e alçada à notoriedade nacional ao ser censurada em 2018 e retirada da programação do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG).
O espetáculo faz uma releitura de Jesus Cristo, como se ele vivesse nos dias atuais como uma travesti.
Foi isso que despertou a fúria do presidente da Embratur, agência responsável por incentivar o turismo brasileiro. Ele começou alegando que “a linha entre o sagrado e o profano não é tênue, é grossa, pesada”. E prosseguiu:
“Essa linha foi rompida, porque querer impor sua sexualidade perante a grande maioria de cristãos brasileiros é abominável. E, outra coisa: eu não tenho nada contra quem usa seu orifício rugoso infralombar para fazer sexo. Mas querer impor a sexualidade a uma grande maioria de cristãos e querer desvirtuar a forma que Jesus Cristo veio à Terra… Está escrito na Bíblia: Jesus Cristo nasceu, cresceu, foi crucificado e ressuscitou em forma de homem. Maria, sim, essa foi uma grande mulher, que acompanhou todo seu sofrimento”, afirmou Machado.