Eduardo Bolsonaro alfineta Garcia após PMs de SP serem presos com ouro
Deputado insinuou que valores apreendidos com militares responsáveis pela segurança do governador podem ter fins de financiamento eleitoral
atualizado
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou as redes sociais, nesta quinta-feira (5/5), para alfinetar o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), após a prisão de militares da segurança do Palácio dos Bandeirantes que foram flagrados escoltando carga ilegal de ouro.
Por meio do Twitter, sem citar Garcia, o filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) insinuou que o material poderia ser usado para financiar a campanha do atual governador e candidato à reeleição.
“Imagine se fossem policiais que comandassem minha equipe de segurança detidos transportando 77kg de ouro? Dá para desconfiar que podem ser valores para fins eleitorais?”, publicou o deputado.
Vale lembrar que o candidato da família Bolsonaro ao governo do estado é o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos). Rodrigo assumiu o comando do Palácio dos Bandeirantes com a saída de João Doria, que concorrerá pelo PSDB à Presidência da República.
Imagine se fossem policiais que comandassem minha equipe de segurança detidos transportando 77kg de ouro?
Dá para desconfiar que podem ser valores para fins eleitorais? pic.twitter.com/2Y1Ja35oPM
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) May 5, 2022
Entenda
Um dos chefes da Polícia Militar de São Paulo e outros três PMs estão entre os investigados pela Polícia Federal por suspeita de escoltar 77 quilos de ouro extraídos ilegalmente. O carregamento, avaliado em R$ 23 milhões, foi apreendido na tarde de quarta-feira (4/5), na região de Sorocaba (SP).
Um dos envolvidos no caso é o tenente-coronel da PM Marcelo Tasso, da Casa Militar, órgão do gabinete do governador, que faz a segurança do Palácio dos Bandeirantes.
Além de Tasso, outros três policiais foram detidos na ação. São eles: o terceiro-sargento da reserva da PM Marcelo Dantas; o sargento da PM da Casa Militar Gildsmar Canuto; e o soldado da PM Douglas Cristiano Burin.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) afirmou ao Metrópoles que os fatos citados foram registrados e são apurados pela Polícia Federal.
“A Corregedoria da Polícia Militar acompanha as investigações e, se constatada alguma irregularidade, as medidas cabíveis serão adotadas”, informou a SSP em comunicado.
Em nota, a Casa Militar informou que afastou os policiais quando soube do caso.
Também foram flagrados pelos federais na ação os motoristas Wilson Roberto de Lucca e Marcos Pereira dos Santos.
Apreensão
Policiais federais abordaram um veículo escoltado e encontraram três malas com barras de ouro e uma quarta mala com documentos diversos.
A PF conduziu os seis suspeitos envolvidos na ação à delegacia da corporação em Sorocaba e instaurou inquérito para apurar a possível prática dos crimes de usurpação de bens da União e receptação.
O ouro foi descoberto após agentes federais monitorarem a aterrissagem de um avião particular modelo King Air turboélice, no Aeroporto Estadual de Sorocaba. Documentos apreendidos apontam que o material era trazido de Mato Grosso e do Pará.
Os agentes abordaram dois veículos da marca Toyota, no KM 74, da Rodovia Castelo Branco, sentido capital. A ação teve apoio da Polícia Militar.
O avião apreendido é objeto de sequestro criminal em outro inquérito policial. As circunstâncias da utilização proibida da aeronave estão sendo apuradas.