Edinho: Jamais tive relação com a campanha de Delcídio
O ministro afirmou que sua “indignação alcançou o nível máximo” diante dos últimos fatos envolvendo seu nome, “no que se refere às investigações sobre as denúncias de corrupção na Petrobras”
atualizado
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O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, reafirmou nesta quarta-feira (4/5), por meio de nota, que as acusações do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) “são mentirosas”. Ele afirmou que sua “indignação alcançou o nível máximo” diante dos últimos fatos envolvendo seu nome, “no que se refere às investigações sobre as denúncias de corrupção na Petrobras”.
Estamos vivendo a pior crise política da nossa história, momento em que mentiras viram verdades, em que muitas vezes as instituições perdem a racionalidade e o senso comum prevalece. Mas também acredito que a verdade sempre vence, e que a luz da razão sempre prevalece sobre as trevas do ódio e do sectarismo
Edinho Silva
Delcídio disse que, durante a campanha eleitoral de 2014, o atual ministro da Comunicação Social “esquentou” doações provenientes da indústria farmacêutica com notas frias e o orientou a fazer o mesmo para saldar R$ 1 milhão de dívida de sua campanha, com duas empresas, que receberiam o dinheiro de laboratório farmacêutico.
Edinho foi tesoureiro da campanha de Dilma na última eleição. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal pedido para investigar o ministro com base nas informações do senador em delação premiada.
O ministro disse que jamais manteve relação com os fatos investigados e que os ataques decorrentes à sua atuação como coordenador financeiro são infundados. “Atuei de forma ética e legal”, reafirmou. Segundo o ministro, o papel que ele tinha que exercer era o de procurar doadores em potencial e arrecadar, pedir recursos. “Assim foi feito por mim e por todos que cumpriram a mesma função, em todas as campanhas presidenciais de 2014”, afirmou, ressaltando que as contas da campanha foram auditadas pelo Tribunal Superior Eleitoral e aprovadas por unanimidade pelos ministros da corte.
Em relação à delação, Edinho diz que as acusações, “todas mentirosas, referem-se à tentativa de caixa 2 na campanha de Delcídio Amaral ao governo do Mato Grosso do Sul”. “Eu jamais mantive qualquer ralação administrativa com campanhas de candidatos aos governos estaduais. Minha atuação foi restrita à campanha Dilma 2014.”
Edinho explica ainda que procurou a EMS para tentar obter recursos, mas não teve sucesso e que a empresa disse que faria apenas doações a deputados e senadores. Segundo o ministro, na mesma época, Delcídio o procurou buscando apoio financeiro e ele o informou sobre a disposição da EMS em querer contribuir para “construir relações institucionais com parlamentares”.
“Nunca mais mantive qualquer contato com este assunto. Nunca estive com as empresas prestadoras de serviços da campanha de Delcídio Amaral, nem antes, nem durante a campanha. As empresas envolvidas negam a existência de caixa 2, e o próprio delator afirma que nada se concretizou. Não existe fato. Nenhuma ilegalidade ocorreu. Se algo ocorreu, o que todas as empresas negam, eu desconheço por completo”, afirma Edinho.
Doação
O ministro disse ainda não aceitar que tentem criar a tese de que como tesoureiro da campanha pressionou doadores. “Todos os empresários com quem estive são testemunhas que jamais agi de tal forma. Refuto com veemência tal tese, construída por delatores em processo de negociação de delações premiadas, com o objetivo de se safarem de penas e presídios”, afirma.
Edinho rebate também o que classifica como tentativa de criminalizar doações legais e afirma que todas as empresas que doaram para a campanha sofreram “uma varredura”. “As doações só eram aceitas se nenhuma dúvida pairasse sobre a mesma.”