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EBC nomeia ex-diretor do Pânico Alan Rapp para cargo de assessor

Programa acumulou série de processos durante a direção de Rapp, que chegou a ser denunciado por assédio moral. Funcionários da EBC reclamam

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Reprodução/ redes sociais
Ex-diretor do programa Pânico na Band, Alan Eduardo Rapp
1 de 1 Ex-diretor do programa Pânico na Band, Alan Eduardo Rapp - Foto: Reprodução/ redes sociais

O governo federal nomeou o ex-diretor do programa Pânico na Band, Alan Eduardo Rapp, para o cargo de assessor na Diretoria de Conteúdo e Programação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Alan Rapp foi diretor do Pânico entre 2012 e 2017, período em que o programa acumulou uma série de processos. Ele estava na direção do programa Stand Up, na Jovem Pan. Na EBC, receberá salário de R$ 17,8 mil.

Ao lado de “Vesgo”, “Bolinha”, Emílio Surita e da própria TV Bandeirantes, Rapp foi condenado, em um dos casos, pela Justiça de São Paulo a pagar uma indenização de R$ 300 mil à atriz Luana Piovani por danos morais.

O ex-diretor do Pânico na Band também foi denunciado por assédio moral após ser acusado de humilhar funcionários durante gravação do programa.

A nomeação dele foi feita, de acordo com portaria publicada pela EBC nesta quarta-feira (14/10), a pedido do presidente da estatal, o publicitário Glen Lopes Valente, ex-diretor do SBT, que assumiu o cargo no último dia 30.

Um dos nomes cotados – porém, preterido – pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, para a presidência da EBC era o de José Emílio Ambrósio, ex-diretor da Band – que trabalhou com Alan Rapp e que chegou a ventilar o nome do agora assessor como possível diretor de programação da TV Brasil.

A Coordenadora-geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF), Juliana Cézar Nunes, considera como preocupante a nomeação de Alan Rapp. Nas redes sociais, o mais novo assessor apresenta um viés bolsonarista.

“É preocupante pensar que pessoas com esse perfil, de conhecidas práticas de assédio, possam dar uma efetiva contribuição, e, ainda mais, sem nenhum tipo de histórico ou compromisso com a comunicação pública”, diz.

“Não há a mínima garantia de que esses nomes tenham compromisso com a empresa pública independente do governo federal. Isso pode ter uma forte incidência nos rumos da empresa”, completa Juliana.

A direção-geral da EBC nomeou, também nesta quarta-feira (veja aqui a publicação), o publicitário Wilton Gonçalves Fuzeta. Ele assume o cargo de assessor especial na presidência da estatal, com remuneração mensal de R$ 21,4 mil.

Wilton Fuzeta foi diretor de planejamento das empresas Isobar e IComunicação, empresas que fazem assessoria para o governo federal, e era responsável pela estratégia digital da Secretaria de Comunicação (Secom).

Fuzeta vai trabalhar próximo à companheira dele, a jornalista Danielle Popov, da TV Brasil, um dos veículos de comunicação geridos pela EBC. A estatal também cuida da Agência Brasil e de várias emissoras de rádio.

O Metrópoles apurou que Wilton Fuzeta é próximo de Rodrigo Fayad, atual secretário de publicidade do Ministério das Comunicações. Os dois tiveram agenda juntos em agosto do ano passado no Palácio do Planalto.

Outro lado

A EBC foi procurada, mas não se manifestou. O espaço segue aberto.

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