E se a bomba citada pelos Bolsonaros atingisse mesmo o Congresso?
O Metrópoles fez uma simulação, com base no 1º teste do tipo bem-sucedido dos EUA, para estimar as consequências de uma bomba H na capital
atualizado
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No meio das recentes polêmicas entre o presidente Jair Bolsonaro e o Legislativo, nesta quarta-feira (26/02/2020), o deputado federal Eduardo Bolsonaro questionou, nas redes sociais, se o “povo choraria caso houvesse uma bomba no Congresso“. O filho “03” do chefe do Executivo federal concordava com uma declaração do pai, dada ainda na campanha de 2018, sugerindo que ninguém lamentaria se uma “bomba H” (de hidrogênio, muitas vezes mais potente que uma bomba atômica) fosse jogada no Parlamento. A frase foi resgatada pela jornalista Vera Magalhães, de O Estado de S. Paulo, o que provocou a fúria do deputado federal.
E se um explosivo do tipo fosse mesmo acionado no centro da capital do país, quais seriam as consequências dessa interpretação literal das declarações dos Bolsonaros pai e filho? Com os parlamentares tão odiados por parte dos apoiadores do governo, iriam explodir Brasília inteira e parte do Entorno (leia abaixo os dados).
Em 1952, a bomba Ivy Mike – nome de código dado ao primeiro artefato de fusão nuclear usado no primeiro teste bem-sucedido do tipo realizado pelos Estados Unidos – foi detonada no atol de Enewetak, no Oceano Pacífico. A explosão criou uma cratera de 2 km de diâmetro e 55 metros de profundidade no local. Além disso, a bola de fogo se espalhou por 5 km.
O barulho e as ondas formadas no mar pela explosão – algumas delas com mais de sete metros de altura – arrancaram toda a vegetação das ilhas, como foi observado pela tripulação de um helicóptero militar que sobrevoou o local a distância.
Com base no primeiro experimento de uma bomba de hidrogênio, o Metrópoles fez uma simulação do alcance do explosivo, caso fosse acionado na Praça dos Três Poderes. O artefato não só atingiria Brasília inteira, como quase todo o DF – e se estenderia para as regiões do Entorno do Distrito Federal.
A marca amarela mais intensa, no centro, mostra a dimensão da devastação total (mortes e destruição completa) causada pela bola de fogo da explosão: um raio de 3,2 km (32,3 km²).
Na sequência, a linha vermelha identifica o alcance do raio de dano de explosão pesada: 4,75 km (70,9 km²).
A linha cinza revela que o raio de dano por explosão de luz seria mais extenso e atingiria áreas como Guará, Lago Norte e Jardim Botânico.
Já o raio de dano de explosão moderada chegaria a regiões mais afastadas, como Ceilândia e Samambaia.
A marca amarela mais clara revela o raio de radiação térmica, que causaria queimaduras de 3º grau em quem fosse atingido: 29,1 km (o que significa 2.670 km²), se aproximando do Entorno do DF.