“É mais confusão”, afirma FHC sobre eventual cassação de Temer
Para o ex-presidente da República, o processo que corre na Justiça Eleitoral oferece risco, principalmente, ao setor econômico
atualizado
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse nesta segunda-feira (3/4) que uma eventual cassação do presidente Michel Temer (PMDB) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e uma consequente eleição indireta traria uma “confusão” ainda maior para o Brasil. “Já temos tantas dificuldades hoje, o Congresso ainda vai eleger uma pessoa pra ser presidente por um ano? É mais confusão”, disse o ex-presidente em entrevista à rádio CBN.
Para FHC, o processo que corre na Corte Eleitoral, cujo julgamento começa nesta terça-feira (4/4), traz riscos para o Brasil, principalmente ao setor econômico. “A percepção das pessoas, especialmente dos investidores é: vamos ter outro problema no Brasil? Eles se retraem”, disse o ex-presidente. “O Brasil está há muito tempo de pernas para o ar, está começando a assentar um pouco. Levar muito tempo em um julgamento que põe em risco a situação vigente tem consequências negativas.”
Na entrevista à rádio, o ex-presidente falou ainda sobre reforma política e defendeu a aprovação de cláusula de barreira para os partidos, além da proibição de coligação nas eleições proporcionais.
“Quem paga a democracia? Os parlamentares estão pedindo que o contribuinte pague, através do fundo partidário. Os países com fundo partidário têm quatro, cinco, seis partidos. Aqui tem 30 e poucos. Não há dinheiro que possa dar conta de 30 e poucos partidos.”
Questionado sobre 2018, FHC negou que o PSDB já tenha um candidato ao Palácio do Planalto. “Não se sabe ainda o resultado da Lava Jato, quem para em pé, quem não para em pé”.
O ex-presidente falou, ainda, sobre o nome do prefeito de São Paulo, João Doria, ter ganhado força para a disputa. “Em uma certa altura, eu disse a ele que não acreditava que ele convencesse (os eleitores). Convenceu. Agora é o balão que está subindo. Se subir, subiu. O PSDB tem que ter o pé no chão, quem decide no fundo no fundo quem vai ser o candidato não somos nós, é o eleitorado.”