“É como um filho que saiu de casa”, diz Guedes sobre Eletrobras
Cerimônia que marcou a capitalização da empresa ocorreu nesta terça-feira (14/6), na sede da B3, em São Paulo
atualizado
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Em cerimônia que marcou a capitalização da Eletrobras na Bolsa de Valores, nesta terça-feira (14/6), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a empresa não precisava mais ficar sob a proteção do Estado, por ter perdido sua capacidade de investimento.
“A maior empresa de geração de energia limpa, renovável do mundo está livre. É como um filho que saiu de casa aos 18, 19 anos e foi para a vida e agora vai vencer e vai seguir. Não precisa mais ficar sob a proteção do Estado, porque estava começando a ficar detrimental. Esgotou a capacidade de investimento. Em uma simples palavra: é o esgotamento do modelo”, disse Guedes.
O chefe da área econômica do governo participou do evento na capital paulista ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL), ministros e ex-ministros de Estados, políticos e empresários.
“Vai ser um gigante, como ela sempre foi. Ela estava perdendo o fôlego, perdendo a capacidade financeira e nós estamos devolvendo a ela essa liberdade para voar”, prosseguiu o ministro.
O processo de capitalização da Eletrobras foi finalizado na última quinta-feira (9/6). A ex-estatal agora é uma corporação. O preço por ação foi fixado em R$ 42, após cinco dias de reserva de cotas para investidores. A estreia na Bolsa aconteceu na segunda-feira (13/6), com queda.
A Eletrobras é responsável por 30% da geração de energia no Brasil e por 40% das linhas de transmissão no país. A empresa opera 105 usinas e mais de 150 mil quilômetros de linhas de transmissão, empregando 13 mil pessoas.
Criada em 1962, a Eletrobras era uma empresa de capital aberto, que tinha como acionista majoritário o governo federal. Agora, a União passa a ter uma golden share, um tipo especial de ação que permite poder de veto em caso de decisões importantes nas empresas vendidas à iniciativa privada.
Com isso, o governo terá a prerrogativa de impedir que uma empresa privada assuma o controle da companhia com mais de 50% das ações.
O governo estima que pode haver redução de 7,36% na conta de luz com a privatização da empresa, mas especialistas do setor apontam o contrário.
A Eletrobras se tornou a primeira estatal a ser privatizada pela gestão de Jair Bolsonaro. Até então, o governo conseguiu passar para a iniciativa privada apenas empresas subsidiárias, ou seja, aquelas que estão sob guarda-chuva de uma estatal.
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