Doria sobre ataques de Bolsonaro: “Desprezo pela nação”
Palavrões demonstram, segundo o governador de SP, “descaso com a democracia e desprezo pela nação”
atualizado
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O governador João Doria (PSDB), de São Paulo, disse nesta sexta-feira (22/05) que o ataque do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aos chefes de Executivos locais demonstra “descaso com a democracia, desprezo pela nação e agressões à institucionalidade da Presidência da República”.
Em reunião ministerial no último dia 22 de abril, Bolsonaro afirmou que o governador de São Paulo é um “bosta” e o do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), um “estrume”. O vídeo do encontro com os ministros foi divulgado nesta sexta-feira (22/05).
“O Brasil está atônito com o nível da reunião ministerial”, escreveu Doria, no início da noite desta sexta-feira, em uma rede social. E completou:
“Palavrões, ofensas e ataques a governadores, prefeitos, parlamentares e ministros do Supremo, demonstram descaso com a democracia, desprezo pela nação e agressões à institucionalidade da Presidência da República”, disse.
Por fim, o governador de São Paulo, ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro, disse considerar tudo um “lamentável exemplo em meio a maior crise de saúde da história do país e diante de milhares de vítimas”. Confira a seguir a íntegra da publicação:
Lamentável exemplo em meio a maior crise de saúde da história do país e diante de milhares de vítimas.
— João Doria (@jdoriajr) May 22, 2020
Entenda o caso
Moro deixou o Ministério da Justiça no dia 24 de abril acusando o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal. Segundo ele, Bolsonaro não só queria indicar alguém de “sua confiança” tanto para a diretoria-geral da PF quanto para as superintendências estaduais, como também queria “relatórios de inteligência” da corporação.
Entre os elementos que, segundo o ex-juiz, provavam suas alegações, estava justamente o vídeo desta reunião ministerial. As imagens foram entregues pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao STF, no âmbito de um inquérito que apura as alegações de Moro, mas permaneciam, até então, em sigilo.
No último dia 12 de maio, o ex-ministro, seus advogados, representantes do governo federal, da PF e da Procuradoria-Geral da República (PGR), assistiram ao vídeo juntos, em sessão reservada. Mello atendeu ao pedido de Moro, que defendia o levantamento integral do sigilo — a AGU, por outro lado, queria que apenas as falas do presidente na reunião fossem tornadas públicas.
Veja os vídeos da reunião ministerial liberados pelo STF: