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Do Val acusa Dino de chantagem, gravar aliados e integrar quadrilha

Senador bolsonarista cita depoimento de ex-delegado preso no Maranhão e diz que Flávio Dino tem objetivo de ser presidente da República

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Geraldo Magela/Agência Senado
marcos do val
1 de 1 marcos do val - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) acusou Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, de práticas que vão de gravação ilegal, chantagem e envolvimento com quadrilha de roubo de cargas a aparelhamento da Polícia Civil do Maranhão para proteção de aliados e perseguição de adversários. As acusações foram feitas no plentário do Senado, nesta sexta-feira (5/5), e transmitidas em live nas redes sociais.

Marcos do Val afirma que Dino grava suas conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com colegas do primeiro escalão do governo e até mesmo com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

As axcusações se baseiam em um suposto depoimento do ex-delegado Thiago Bardal, preso em 2018 no Maranhão sob suspeita de participação em esquema de contrabando de cigarros e bebidas. Flávio Dino, à época filiado ao PCdoB, foi governador do estado por dois mandatos, entre 2015 e 2022.

Segundo O senador bolsonarista, o delegado recebeu um detento e, durante a oitiva, Flávio Dino teria sido apontado como um dos integrantes de uma organização criminosa voltada ao roubo de cargas. Nesse sentido, o senador aponta Jefferson Portela, ex-secretário de Segurança Pública do Maranhão, como responsável por fazer pressão política na Polícia Civil. Isso teria ocorrido antes de o atual ministro ser empossado como governador.

Veja as acusações:


“Em 2017, Portela procurou Bardal para usar sua delegacia para perseguir desafetos e inimigos do Flávio Dino”, disse Marcos do Val. Ele acusa o grupo do ministro de ter forjado um flagrante contra o delegado. O senador, ainda se baseando no depoimento, diz que Jeferson foi na casa de um empresário coagí-lo para acusar o delegado de extorsão.

Além disso, do Val acusa o ministro da Justiça de ter cooptado o empresário Parcovan, preso em 2016 por suspeita de agiotagem. O senador afirma que ele financiava candidaturas de oposição ao então governador, mas se tornou aliado de Dino posteriormente, quando foi solto no mesmo ano.

O senador afirmou que enviará as informações ao Minsitério Público. Ele recusa, porém, fazer questionamentos nesse sentido na próxima semana, quando Flávio Dino vai ao Senado participar da Comissão de Segurança Pública. Do Val garante que irá questioná-lo na Comissão Parlamentar Mista sobre os ataques de 8/1, citando a possibilidade de o ministro ser preso.

Marcos do Val ainda apontou a Presidência da República como objetivo final de Dino. “Se for o caso, será antes mesmo do fim do mandato do atual presidente”.

Golpe contra Moraes

No início do ano, o senador foi o centro de um escândalo, supostamente envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e o ministro do Supremo Yribunal Federal Alexandre de Moraes.

Em fevereiro, enquanto Bolsonaro ainda estava nos Estados Unidos, do Val procurou a imprensa para acusar Bolsonaro e Silveira de tentarem um “golpe” contra Moraes.

Na época, o senador relatou que, em reunião no Palácio da Alvorada, Bolsonaro e Silveira teriam requisitado que o parlamentar se reunisse com Moraes para gravar o ministro falando sobre casos envolvendo Bolsonaro.

O objetivo seria tentar provar suposta parcialidade do ministro do STF na condução dos processos contra Bolsonaro e, assim, viabilizar a prisão do magistrado.

Versões

Posteriormente, do Val mudou sua versão várias vezes. Ele passou a dizer que não foi coagido por Bolsonaro a participar da trama. Em depoimento à Polícia Federal, o senador disse que a autoria do plano contra Moraes seria de Daniel Silveira. O ex-deputado está preso por ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) admitiu, depois, que tramou reuniões com Alexandre de Moraes para tentar “blindar” o ex-presidente do ministro do STF.

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