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Do acordo de Paris a ex-assessor: Bolsonaro “presta contas” em live

Presidente eleito utilizou transmissão ao vivo do Facebook para explicar bastidores de seu governo e polêmica com ex-empregado do filho

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Diplomação do presidente da República eleito Jair Bolsonaro – Brasília(DF), 10/12/2018
1 de 1 Diplomação do presidente da República eleito Jair Bolsonaro – Brasília(DF), 10/12/2018 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), fez uma live em seu Facebook nesta quarta-feira (12/12) para “prestar contas” do que foi feito até o momento. Ele tratou de diversos assuntos na transmissão, mas deu ênfase a questões ambientais e migratórias, além de voltar a se explicar sobre as movimentações financeiras atípicas do ex-assessor do filho e senador eleito pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro.

Jair Bolsonaro tirou os minutos finais para elogiar a mídia por, em sua opinião, perceber que o presidente eleito não indicou ministros por conveniência política e para voltar a se justificar sobre o caso do assessor de Flávio. E destacou: ele e o filho pagarão “a conta” se houver algo de “errado” com Fabrício José Carlos de Queiroz, o assessor exonerado em outubro.

“Se algo estiver errado, seja comigo, com meu filho ou com o Queiroz, que paguemos a conta deste erro, porque nós não podemos comungar com o erro de ninguém. Da minha parte, estou aberto a quem quiser fazer qualquer pergunta sobre este assunto, tenho sempre me colocado à disposição e o que a gente mais quer é que isso seja esclarecido o mais rápido possível, sejam apuradas as responsabilidades, se é minha, se é do meu filho, se é do Queiroz ou de ninguém

Bolsonaro, sobre o ex-motorista do filho Flávio

Ele acrescentou: “Deixo bem claro que eu não sou investigado e meu filho também não. Pelo que me consta, esse ex-assessor será ouvido pela Justiça semana que vem. Esperamos que ele dê os devidos esclarecimentos”.

“Indústria da multa”
No primeiro momento da live, o presidente eleito falou sobre a situação do que chamou de “indústria da multa”. Ele afirmou que vai acabar com a parcela das multas ambientais destinada à ONGs: “isso vai deixar de existir”. Comentou também sobre a dificuldade de licenciamento ambiental: segundo ele, a burocracia pode “atrapalhar” autoridades em obras de infraestrutura, por exemplo. Bolsonaro chegou a classificar o licenciamento ambiental como “capricho por parte do Ibama[Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]”.

Sobre o Acordo de Paris, do qual a equipe do presidente eleito vem dizendo que o Brasil deixará de participar, Bolsonaro criticou as cláusulas referentes à quantidade de reflorestamento. “Nós não temos como cumprir essas exigências, se assina porque é bonito, mas as sanções vem ai”, disse. O político ainda argumentou: “Quantos países não assinaram? Muitos países importantes não participam do acordo”.

Ao falar sobre o Pacto Global pela Migração, o presidente eleito alfinetou o atual ministro das Relações Exteriores. “Ele [Aloysio Nunes] estava lá [em Marrakech, cidade do Marrocos onde aconteceu a conferência pelo acordo] para fugir do país aqui”. Após tecer duras críticas ao pacto, Bolsonaro usou o casamento infantil como exemplo de “cultura” que poderia ser trazida por imigrantes. “Chega gente de uma determinada cultura e quer se casar com nossas filhas e netas de 12 ou 13 anos de idade…”. Ele finalizou: “sou contra a questão de cota migratória para o Brasil”.

Sobre as questões indígenas, incluindo cultura e demarcação de terras, Bolsonaro afirmou que, após conversar com indígenas, chegou à conclusão que “eles querem energia elétrica, carros, dentistas, médicos. São seres humanos iguais a nós”. “O que eu quero é que o índio se integre a nossa sociedade”, encerrou.

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