Divisão dos recursos da União depende de reformas, diz Guedes
Futuro ministro da Economia apoia uma maior distribuição com estados e municípios do que for arrecadado com o leilão de petróleo do pré-sal
atualizado
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Os estados e municípios poderão receber uma fatia maior de recursos repassados pela União “quanto mais rápida for a aprovação das reformas”, afirmou nesta quarta-feira (21/11) o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele admitiu pela primeira vez que apoia a ideia de partilhar com os governos regionais os recursos que serão obtidos pela União com o leilão de petróleo do pré-sal após a revisão do contrato de cessão onerosa com a Petrobras. Guedes reconheceu que está em negociação a divisão por meio do Fundo Social do pré-sal.
“Eu acredito no pacto federativo e acho que tem que haver uma divisão”, disse, quanto perguntado se era a favor de dividir o dinheiro. Segundo o futuro ministro, a maior distribuição de recursos é um ponto central para sua gestão.
Até então, os únicos porta-vozes sobre as negociações para repartir os recursos com estados e municípios eram o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), relator do projeto que destrava a venda das áreas do pré-sal, e os governadores.
Guedes esteve nesta quarta na presidência da Comissão Mista de Orçamento (CMO), no Congresso Nacional, num primeiro encontro com os parlamentares que estão discutindo o Orçamento de 2019, o primeiro da próxima gestão.
Ajustes na peça orçamentária
A reunião ocorreu um dia após a própria CMO restringir o prazo para que Guedes e sua equipe proponham ajustes na peça orçamentária a fim de contemplar o novo arranjo de ministérios e órgãos que será adotado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro a partir de 1º de janeiro. Ele terá até o dia 28 de novembro para apresentar mudanças – quarta-feira da semana que vem.
O futuro ministro afirmou que ainda está conversando sobre o Orçamento e sobre qual é o processo de tramitação e mudanças. Parlamentares que participaram do encontro relataram que a equipe de Guedes ainda fará estudos para propor mudanças.
Guedes disse ainda que sua equipe está conversando sobre os detalhes de como será feita a partilha dos recursos da cessão onerosa com estados e municípios. A sugestão de divisão por meio do Fundo Social foi feita pelo atual ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, em reunião com Eunício e Guedes. Guardia diz que a proposta evita perdas de arrecadação para a União num momento em que a situação fiscal ainda é gravíssima, com déficit elevado.
Integrantes da equipe de transição reconhecem nos bastidores que o governo federal não pode perder muitos recursos, principalmente porque o objetivo é reduzir o déficit mais rapidamente. Por isso, segundo uma fonte, a opção do Fundo Social é vista como a melhor saída.