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Diretora da Precisa diz que Saúde mentiu sobre valor da Covaxin

Emanuela Medrades afirmou que a empresa não ofertou vacina a US$ 10 por dose e que ata de reunião do ministério é “mentirosa”

atualizado

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Emanuela
1 de 1 Emanuela - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, afirmou, nesta quarta-feira (14/7), ser “mentirosa” a ata de reunião do Ministério da Saúde que defendia a negociação de dose da vacina indiana Covaxin por US$ 10. Segundo a funcionária da empresa que intermediou as negociações, “não houve nenhuma oferta” nesse valor.

Emanuela defendeu que, no encontro ocorrido em 20 de novembro, não houve definição sobre o valor ofertado pelo imunizante. “Eu não sei o porquê colocaram isso aí. Nós não ofertamos a vacina a US$ 10, nem a Bharat. Nessa reunião, nós não falamos ainda de quanto ia custar. O preço nem tinha sido definido ainda”, explicou.

Veja como foi:

“O que existia no momento era uma expectativa [de que a vacina custasse US$ 10], e consigo demonstrar para os senhores através de todas as comunicações”, completou.

Em 25 de fevereiro de 2021, o Ministério da Saúde firmou contrato para aquisição de 20 milhões de imunizantes da Covaxin, custando US$ 15 cada dose. Ou seja, US$ 5 acima do que havia sido anunciado pela própria pasta na memória de reunião.

O encontro, segundo o documento, contou com a participação de representantes da Precisa Medicamentos, da Bharat Biotech International e do alto escalão da Saúde. A ata da reunião dizia ainda que, “em razão de eventual aquisição de montante elevado de doses, o valor viria a ser reduzido”. A diretora negou a possibilidade de ofertar preço unitário abaixo de US$ 10.

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Diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, na CPI da Covid-19
Diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, na CPI da Covid-19
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Relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros
Diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, na CPI da Covid-19
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Pedro França/Agência Senado
114 dias

Emanuela Medrades relatou que as conversas com a Bharat Biotech se iniciaram em 3 de novembro de 2020. Pontuou ainda que o contrato foi fechado em 25 de fevereiro de 2021 — 114 dias depois.

A diretora afirmou que a Precisa tentou diminuir o valor previsto por dose, de US$ 15. “O Ministério da Saúde tentou reduzir o preço por diversas vezes, e nós também, senador. Tenho inúmeras evidências, de eu, Emanuela, pedindo e solicitando, e colocando o desejo de que aquela vacina custasse US$ 10 para o Brasil”.

A depoente afirmou que o valor não teria sido reduzido em função de negativa da produtora do imunizante para abaixar o preço. “A política de precificação da Covaxin é 100% da Bharat Biotech. O que nós fizemos foi tentar o tempo todo reduzir esse custo”, assinalou.

Emanuela está blindada por um habeas corpus que lhe concede o direito de permanecer em silêncio durante a oitiva e se recusar a responder aos questionamentos dos senadores.

O objetivo da convocação dos representantes da Precisa é investigar e esclarecer detalhes do potencial beneficiamento da Bharat Biotech e da empresa intermediária no processo de aquisição de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde.

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