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Dino vê indício de ação de Torres contra eleitores de Lula no 2º turno

Em 30 de outubro, 2º turno das eleições, a PRF deflagrou operações em transportes públicos, o que teria atrasado votação de apoiadores

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Imagem colorida mostra Flávio Dino, ministro da Justiça
1 de 1 Imagem colorida mostra Flávio Dino, ministro da Justiça - Foto: Breno Esaki/Especial Metrópoles

Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, afirmou que há indícios de que seu antecessor na pasta, Anderson Torres, teria agido contra os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições de 2022.

“O que eu posso afirmar é que há múltiplos indícios de elaboração de relatórios, viagens, comandos. E temos um indício muito eloquente, o fato ocorreu no dia 30 de outubro, nessas ditas operações atípicas”, disse ao canal do Youtube de Marco Antonio Villa.

A Polícia Federal (PF) apura uma viagem feita por Torres à Bahia durante o período eleitoral. Na ocasião, o então titular da Justiça e Segurança Pública teria pedido à PF que atuasse com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas rodovias, o que impediria a ida dos eleitores às urnas. A revelação da viagem foi feita pelo jornal O Globo.

Por isso, a PRF está sob suspeita de uma atuação política com o objetivo de favorecer o então candidato à reeleição Jair Bolsonaro. Vale destacar que no dia eleição do segundo turno foram realizadas blitzes no transporte público dos eleitores, principalmente no Nordeste.

A região Nordeste é conhecida por ser onde Lula tem ampla vantagem eleitoral.

Apesar dos indícios, o governo quer aguardar as apurações da PF sobre os fatos levantados contra Torres e a PRF. “Vamos aguardar o término das apurações da Polícia Federal, visto que evidentemente constituiu um fato de imensa gravidade. Faço questão de, mais uma vez, sublinhar a imensa gravidade porque isso significa um engendramento estatal, governamental, para tentar fraudar uma eleição”, completou.

Na mira da PF está o ex-diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques – ele foi afastado pelo Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro, que alegou que o oficial teria feito campanha para Bolsonaro em suas redes sociais.

Silvinei Vasques acabou se tornando réu ao ser notificado do processo, que pede ainda sua condenação pela prática dolosa de improbidade administrativa.

Relembre o caso 

No dia 30 de outubro, policiais rodoviários federais pararam veículos de eleitores, mesmo com as operações proibidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A Corte vetou tais práticas no dia das eleições justamente para não comprometer o processo. Mesmo assim, policiais rodoviários teriam executado as ações ilegais sob orientação de ofício expedido pelo diretor-geral da corporação.

As ações, realizadas em diferentes estradas, contaram com maior atuação no Nordeste, região em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve maior quantidade de votos.

Em vídeos que circularam no dia do pleito, vários eleitores nordestinos em transporte público se queixaram de que não estariam conseguindo chegar aos locais de votação. Após a repercussão de imagens que mostram agentes impedindo o trânsito de eleitores, o termo “Deixem o Nordeste Votar” ficou em primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no Twitter.

Há um inquérito na PF para apurar esta situação por pedido do Ministério Público Federal (MPF). A Superintendência da PF em Brasília conduz o processo.

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