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Dilma vê tentativa de livrar Cunha após fatiamento do impeachment

A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que há uma tentativa de absolver Cunha para que ele também não perca o direito de ocupar cargos públicos caso seja condenado, Eduardo Cunha será julgado por quebra de decoro no próximo dia 12/9

atualizado

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1 de 1 cunha - Foto: Reprodução

A ex-presidente da República Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (2/9) que há uma tentativa de usar a sua absolvição para ocupar cargos públicos para livrar também o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que enfrenta um julgamento por quebra de decoro na Câmara.

“Por que será que, de repente, quando está sendo votada a questão da minha inabilitação política no Senado, o nome de Cunha vem à publico, sendo que até as emas do Alvorada sabem que a lei para mim é uma e para os deputados e senadores é outra?”, questionou Dilma durante entrevista para jornalistas estrangeiros no Palácio do Alvorada.

“Está por trás disso uma tentativa de introduzir no espaço político a ideia de que, já que me absolveram disso, terão de absolver também o Cunha. Não mesmo. Isso não”, afirmou enfaticamente.

Dilma ainda voltou a apontar as suspeitas contra Cunha e dizer que são diferentes, já que ela não é acusada de possuir contas no exterior e nem de receber propina. “No entanto, eu sou julgada e ele não. A própria imprensa noticia que há uma pressão enorme para ele não ser julgado, pois caso contrário ele pode colocar não só o presidente (Michel Temer) em questão, mas toda sua entourage”, afirmou.

A presidente cassada acusou adversários de aprofundar a crise política para garantir o ambiente de impeachment. A situação, para ela, piorou ainda mais a situação econômica do País. “O que tinha de problema no Brasil logo no início de 2015 era fácil de ser corrigido. Se não se tivesse aprofundado a crise, como cuidaram de aprofundar para garantir esse ambiente de impeachment, o Brasil já teria saído da crise”, falou.

Fatiamento
A petista afirmou ainda que o processo de impeachment que a tirou do poder, não existindo um crime de responsabilidade, “tem uma imensa fragilidade jurídica”.

Ela voltou a explicar as argumentações técnicas de sua defesa, afirmando que outros presidentes já haviam editado decretos de crédito suplementar idênticos aos dela e que o Ministério Público Federal (MPF) deixou claro que a presidente não tem participação na execução do Plano Safra.

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