Dilma sai em defesa de Lula em pronunciamento público no Planalto. Veja vídeo
Mais cedo, a presidente tinha publicado nota, na qual criticava a condução coercitiva do petista, que prestou depoimento à Polícia Federal
atualizado
Compartilhar notícia
Os desdobramentos da crise que se abateu sobre o governo com a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (4/3) levou a presidente Dilma Rousseff a fazer um pronunciamento oficial no Palácio do Planalto. Ela saiu em defesa do antecessor e também negou todas declarações da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que vieram a público na quinta (3).
“Diante dos fatos ocorridos nos últimos dias, na condição de chefe de Estado, acredito que seja fundamental que eu me pronuncie. Quero manifestar o meu mais absoluto inconformismo com o fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser submetido a uma desnecessária condução coercitiva”, declarou Dilma.A presidente ressaltou que, “no ambiente democrático, o protagonismo da constituição, segundo interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF), assegura os direitos individuais, que passam pelo respeito do uso de meios proporcionais às questões necessárias ao esclarecimento dos fatos”, disse.
Caso Delcídio
Em relação às delação premiada do senador Delcídio do Amaral, Dilma fez questão de desmentir todas as acusações. “Se essa delação chegou, de fato, a ser feita, tem como único interesse atingir a minha pessoa e o meu governo, que não defendeu aquilo que não poder ser defendido”, disparou.
“Observo que, nas declarações atribuídas a Delcídio do Amaral, nenhum elemento novo foi apresentado”, afirmou Dilma. A petista lembrou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mandou arquivar a investigação sobre a compra, pela Petrobras, da refinaria de Pasadena (EUA). Na época, Dilma presidia o conselho de administração da Petrobras.
Na quinta-feira (3), a revista IstoÉ publicou trechos da delação premiada do senador. Segundo a reportagem, o ex-líder do governo no Senado afirmou que Lula tinha conhecimento sobre o esquema de corrupção da Petrobras e que Dilma teria agido para obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
Na manhã desta sexta-feira (4), o ex-presidente foi levado coercitivamente para depor em sala da Polícia Federal, no Aeroporto de Congonhas (SP). A ação fez parte da 24ª fase da Operação Lava Jato.Em seguida, Lula foi ao diretório regional do Partido dos Trabalhadores, onde fez discurso atacando a oposição e o mandado de condução coercitiva.”Eu me senti um prisioneiro, hoje”, afirmou Lula, em meio a militantes e políticos. Ao voltar para casa, em São Bernardo do Campo (SP), o ex-presidente foi recebido por apoiadores, que demonstravam solidariedade.