“Dilma Rousseff não acreditava em inteligência”, diz general Heleno
Em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro empossou, na manhã desta quarta-feira (2/1), mais quatro ministros
atualizado
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Em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro deu posse, na manhã desta quarta-feira (2/1), aos ministros que comandarão o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a Casa Civil e as secretarias de Governo e Geral.
A cerimônia teve início com a passagem de chefia do GSI. A transmissão do cargo ocorreu de general para general. Sergio Westhphalen Etchegoyen, representante durante a gestão Michel Temer (MDB), passou a missão para Augusto Heleno, escolhido por Bolsonaro para ocupar o posto.
Em discurso breve, Heleno ressaltou que “o trabalho será penoso”. E acrescentou: “Mas nos conduzirá a um novo destino”. O general ainda aproveitou para ironizar a ex-presidente petista. “Esse serviço [GSI] foi derretido pela senhora [Dilma] Rousseff, que não acreditava em inteligência. Tenho essa missão de resgatá-la”, disparou o militar, arrancando risos das autoridades presentes.
Etchegoyen ingressou no Exército Brasileiro em março de 1971, na Academia Militar das Agulhas Negras. Três anos depois, foi declarado aspirante a Oficial de Cavalaria. O GSI, entre outras funções, acompanha questões com potencial risco à estabilidade institucional, coordena atividades de inteligência federal e assessora assuntos militares e de segurança.
Outra competência é coordenar atividades de segurança da informação e comunicações. E, ainda, zelar pela segurança pessoal do Chefe de Estado e do vice-presidente – bem como de seus familiares, além de proteger, a pedido do mandatário do país, outras autoridades.
Sobre o general Heleno
General de 4 estrelas (o topo da hierarquia do Exército), Augusto Heleno foi o primeiro a comandar a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti, de 2004 a 2005. Ele também esteve à frente do Comando Militar da Amazônia, de 2007 a 2009.
Aos 71 anos, é um dos mais ativos na transição governamental, tendo participado de diferentes etapas e momentos, além de ter cuidado minuciosamente dos detalhes da cerimônia de posse presidencial.
Heleno é visto como o guru de Jair Bolsonaro em termos de segurança. A amizade entre eles se estende deste a década de 1970, quando o novo chefe do Executivo federal foi aluno do general na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). O nome de Heleno chegou a ser cogitado para assumir o Ministério da Defesa, mas o mandatário do país quis vê-lo mais próximo.
No GSI, o general ocupará um gabinete no mesmo andar onde fica o do presidente da República, no Palácio do Planalto. Bolsonaro também chegou a convidá-lo para ocupar o cargo de vice-presidente na chapa que concorreu às eleições, mas o partido ao qual Heleno se filiou, o PRP, barrou a candidatura do militar – pouco depois, ele se desfiliou da sigla.
Nova direção
Também serão empossados na cerimônia os ministros Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo), Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil).
Após a transmissão do cargo entre Etchegoyen e Heleno, foi a vez de o general Carlos Alberto dos Santos Cruz ser empossado. Ele fez um discurso rápido e centrado depois de ouvir as palavras de Carlos Marun, ex-titular do cargo. Este, por sua vez, exaltou o governo Michel Temer (MDB).
Em seguida, Ronaldo Fonseca passou a chefia da Secretaria-Geral para o advogado Gustavo Bebianno, coordenador da campanha presidencial de Bolsonaro.
Bebianno fez um discurso emocionado. Ele iniciou sua fala lembrando do atentado sofrido por Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora (MG), durante campanha.
O novo secretário-geral agradeceu os ministros Augusto Heleno, Santos Cruz, Onyx Lorenzoni e Paulo Guedes. Bebianno disse esperar que, “pela primeira vez, o liberalismo econômico seja implementado em favor de todos”. Ressaltou ainda ter o desejo de que a política econômica “se descortine em favor do povo brasileiro”. Ao encerrar sua participação, dirigiu a palavra a Bolsonaro: “Conte comigo incondicionalmente”.