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Dilma Rousseff afirma que plebiscito é “única saída” para fim da crise

Em pronunciamento direcionado aos brasileiros e ao Senado, a presidente afastada criticou o impeachment e defendeu a antecipação de novas eleições

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Dilma Rousseff
1 de 1 Dilma Rousseff - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A presidente afastada Dilma Rousseff fez um pronunciamento aos brasileiros e ao Senado Federal na tarde desta terça-feira (16/8) e afirmou que um plebiscito para a antecipação de novas eleições é a “única saída” para o fim da crise pela qual passa o Brasil.

Dilma voltou a afirmar que não houve crime de responsabilidade em seu governo e que o impeachment é um ato político. “Não é legitimo, como querem meus acusadores, afastar o chefe de Estado pelo conjunto do todo. Só o povo pode fazer isso. Se isso acontecer, é um inequívoco golpe.” Disse também que o impeachment é uma ruptura no processo democrático e enfraquece a democracia.

Segundo Rousseff, além das realização de novas eleições, o plebiscito também deve tratar da reforma política no Brasil. A presidente alegou que há um “esgotamento” das instituições políticas atuais e que elas “exigem uma transformação das regras”. No discurso, Dilma defendeu que a fragmentação partidária e a falta de transparência no financiamento de campanhas são temas que devem ser melhorados.

Outra promessa feita pela presidente afastada, caso volte ao poder, trata do combate à corrupção. Dilma afirmou que não serão aceitos pactos em favor daqueles que tenham comprovadamente praticado qualquer ato ilícito.

Ela também criticou a atuação do Congresso Nacional no primeiro ano de seu segundo mandato e disse que os parlamentares agiram “pela lógica irresponsável do quanto pior, melhor”, o que impediu a implementação de medidas que poderiam melhorar a situação política e econômica do Brasil.

Por fim, Rousseff afirmou que a geração de empregos, saúde, educação, moradia e mobilidade urbana devem ser “investimentos prioritários” do governo e pediu para não ser condenada injustamente. “Não existe injustiça mais devastadora do que condenar um inocente. A vida me ensinou o sentido mais profundo da esperança. Resisti ao cárcere e à tortura. Gostaria de não ter que resistir à fraude e à mais infame injustiça”, finalizou, em mensagem direcionada aos senadores.

Preparação
Antes do pronunciamento de Dilma, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), havia se manifestado contra a realização de um plebiscito para definir a realização de novas eleições. “Na democracia, a melhor saída sempre é a saída constitucional e plebiscito e novas eleições não estão previstos na Constituição. Então isso não é bom”, afirmou.

A presidente vinha preparando esta “Mensagem ao Senado e ao Povo Brasileiro” há algumas semanas, como uma última tentativa de barrar o processo de impeachment. Já se esperava que Dilma Rousseff trouxesse no documento uma proposta de realização de novas eleições, caso voltasse a assumir o poder.

Um ponto de contenção entre a presidente e aliados, no entanto, era a utilização do termo “golpe” ao falar sobre o impeachment. Inicialmente, Dilma havia concordado em retirar a palavra da mensagem. Mas por fim acabou por mantê-la, com o objetivo de causar constrangimento ao presidente em exercício, Michel Temer, e para deixar o documento como um registro histórico de sua resistência.

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