Dilma afirma que ‘vazamentos apócrifos, seletivos e ilegais’ devem ser repudiados
“Repudiamos, em nome do Estado Democrático de Direito, o uso abusivo de vazamentos como arma política”, afirmou a presidente
atualizado
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Sem citar o nome do ex-líder do governo e senador Delcídio Amaral (PT-MS), a presidente Dilma Rousseff divulgou na tarde desta quinta-feira (3), nota criticando o vazamento de suposta delação premiada do petista e disse que “esses expedientes não contribuem para a estabilidade do País”. “Se há delação premiada homologada e devidamente autorizada, é justo e legítimo que seu teor seja do conhecimento da sociedade”, afirmou no texto, ressaltando que, para isso, é necessária a autorização do Poder Judiciário.
A presidente disse ainda que os vazamentos seletivos de delações estão sendo utilizados para fins políticos. “Repudiamos, em nome do Estado Democrático de Direito, o uso abusivo de vazamentos como arma política”, escreveu.
“Em meu governo, a lei é o instrumento, o respeito ao cidadão é a norma e a Constituição é, pois, o guia fundamental de nossa atuação. Por isso, à luz de nossa lei maior defendemos o cumprimento estrito do devido processo legal”, escreveu Dilma.
De acordo com a revista IstoÉ, Delcídio teria dito em delação premiada que a presidente tentou atuar ao menos três vezes para interferir na Operação Lava Jato por meio do Judiciário. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, afirmou Delcídio na delação, segundo a revista. Cardozo deixou esta semana o ministério alegando sofrer pressões do PT.
Na delação, Delcídio teria citado também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e detalhado os bastidores da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras.
No final da tarde de hoje, o senador e seu advogado também publicaram nota contestando a reportagem. “Nem o senador Delcídio, nem a sua defesa confirmam o conteúdo da matéria”, afirma o texto, que é assinado também pelo advogado Antonio Augusto Figueiredo Basto. “Não conhecemos a origem, tão pouco (sic) reconhecemos a autenticidades dos documentos que vão acostados no texto.” A nota diz ainda que o senador e a defesa não foram procurados para se manifestarem “sobre a fidedignidade dos fatos relatados”.